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Rússia inclui EUA e República Tcheca em sua lista de países hostis

14/05/2021 22h19

Moscou, 14 mai (EFE).- A Rússia incluiu nesta sexta-feira os Estados Unidos e a República Tcheca na lista de países hostis que adotaram sanções diplomáticas contra Moscou nas últimas semanas.

O governo russo elaborou e publicou hoje essa lista no portal de informação jurídica a pedido do presidente russo, Vladimir Putin, que emitiu um decreto no último dia 23 de abril sobre "medidas para responder a ações hostis de Estados estrangeiros".

De acordo com o decreto, os EUA não poderão contratar pessoal local - cidadãos russos ou cidadãos de terceiros países - para desempenhar funções nas suas representações diplomáticas em território russo.

Por sua parte, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, explicou que Moscou não tem o hábito de contratar habitantes locais para suas embaixadas e pode, portanto, proibir as delegações estrangeiras credenciadas no país de fazerem o mesmo.

Dessa forma, os EUA terão até 1º de agosto para cumprir esta sanção, uma das medidas de resposta do Kremlin às "ações hostis" impostas por Washington desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca.

"O referido assunto é considerado encerrado de uma vez por todas", destacou o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.

No caso da República Tcheca, segundo o governo russo, o país poderá contratar um máximo de 19 habitantes locais residentes em território russo.

Além disso, Lavrov advertiu aos EUA, e ao Ocidente em geral, que reagirá "duramente" a qualquer tentativa de atravessar "linhas vermelhas".

Em abril, os EUA expulsaram 10 diplomatas russos, impuseram restrições diplomáticas e colocaram funcionários russos em sua na lista negra como resposta à suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2020, seu suposto papel no ataque cibernético de SolarWinds e suas ações na Ucrânia e no Afeganistão.

O Kremlin respondeu com medidas semelhantes às do governo Biden, às quais deve ser acrescentado agora seu recente anúncio da criação de uma lista de países hostis.

De acordo com o jornal "Izvestia", uma dúzia de países eram candidatos a fazer parte da lista russa de países hostis, entre eles Estados Unidos, Polônia, República Tcheca, Lituânia, Letônia e Estônia, assim como Reino Unido, Ucrânia e Austrália, embora até o momento apenas dois deles tenham sido incluídos.

Há duas semanas, o governo tcheco expulsou 18 funcionários da embaixada russa em Praga, acusados de serem agentes dos serviços secretos russos, o que desencadeou uma troca de expulsões de diplomatas.

A crise sem precedentes com a República Tcheca foi seguida de expulsões de diplomatas russos de todos os países do Leste Europeu que são membros da União Europeia, com exceção da Hungria - Romênia, Bulgária, Eslováquia e Polônia -, assim como das três repúblicas bálticas, Letônia, Lituânia e Estônia, além da Ucrânia.

De acordo com as autoridades tchecas, a Rússia esteve envolvida na explosão em um depósito de armas tcheco que matou duas pessoas em 2014, acusações classificadas por Moscou como "infundadas" e "destrutivas" para as relações entre os dois países.

Por sua vez, o senador russo, Vladimir Dzhabarov, advertiu que a lista de países hostis pode ser ampliada "no caso de a política anti-russa continuar".

Nesta semana, Lavrov e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, concordaram em se encontrar no próximo dia 20 de maio na capital islandesa, Reykjavik, para, entre outras coisas, estudar uma possível reunião de cúpula entre os líderes dos dois países.