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Protestos na cidade colombiana de Yumbo deixam 1 morto e 15 feridos

18/05/2021 02h44

Bogotá, 17 mai (EFE).- Pelo menos uma pessoa morreu e outras 15 ficaram feridas durante distúrbios ocorridos no município colombiano de Yumbo, perto de Cali, na noite de domingo, durante o 19º dia de protestos contra o governo do presidente Iván Duque, segundo confirmaram nesta segunda-feira as autoridades locais.

O prefeito de Yumbo, Jhon Jairo Santamaria, disse à Agência Efe que a diretora do Hospital La Buena Esperanza, Claudia Sanchez, lhe relatou a morte de uma das 16 pessoas que chegaram feridas dos protestos, que terminaram em confrontos entre a polícia e os manifestantes.

"Há pessoas em uma situação de saúde complexa e outras que foram afetadas pelo gás lacrimogêneo devido à situação que foi provocada nesse confronto", acrescentou o prefeito, referindo-se aos feridos.

Os protestos na Colômbia, que começaram em 28 de abril contra a já retirada reforma fiscal do governo, causaram 42 mortes até agora, segundo informações da Defensoria Pública.

As manifestações incluem agora uma série de outras exigências, como o fim da brutalidade policial, a retirada do projeto de lei da reforma sanitária, o reforço da campanha de vacinação maciça e a criação de uma renda básica.

ORIGEM DOS TUMULTOS.

Santamaría disse ainda que os distúrbios começaram depois que algumas pessoas tentaram vandalizar uma delegacia no bairro de La Estancia, o que provocou confrontos entre cidadãos e motivou a intervenção do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad).

"Parece que as pessoas que atacaram a delegacia foram as mesmas que atiraram pedras à minha casa, tentando vandalizá-la", acrescentou o prefeito.

Segundo os senadores da oposição, a polícia atacou os manifestantes e disparou contra eles, além de usar gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.

Tudo isto, de acordo com o prefeito, aconteceu quando as autoridades locais e representantes dos manifestantes estavam organizando "conversas" para resolver a crise social.

"Tentamos evitar estes atos de violência, a afetação da polícia à comunidade e da comunidade à própria comunidade", comentou.

"MÃOS OBSCURAS" E SOLUÇÕES.

Nessa linha, Santamaría advertiu que existem "mãos obscuras", não se sabe se "esquerda ou direita", que procuram levar o caos ao seu município.

"Temos tentado dialogar, conversar. Tenho visitado os pontos de encontro onde estão os rapazes, as pessoas, e tenho sido bem atendido no meio de uma situação em que as pessoas estão infelizes e levantam algumas questões que são válidas", declarou.

O prefeito de Yumbo, que diz não ser capaz de dar uma ordem para a polícia atacar a comunidade, também pediu ao Executivo de Duque que resolva a situação porque as autoridades locais estão "assumindo uma responsabilidade que vem do governo nacional".

"Que se sentem com os organizadores e nos retirem esta responsabilidade porque estamos sendo deixados no meio de tudo isto", lamentou.

PREFEITURA INCENDIADA.

No município de La Plata, no departamento de Huíla, o prédio da prefeitura e da Casa da Justiça foi incendiado por pessoas não identificadas.

Os protestos nesta cidade eclodiram depois de um homem de 27 anos ter sido ferido em um confronto com a polícia.

"Pedimos que a Polícia Nacional e as instituições deem garantias que nos permitam definir o que aconteceu nestes incidentes (a agressão contra o jovem)", disse o prefeito de La Plata, Luis Carlos Anaya.