Ao lado de Putin, Lukashenko acusa Ocidente de tentar desestabilizar Belarus
"Há uma tentativa de desestabilizar a situação até os níveis de agosto do ano passado", disse Lukashenko no início da sua reunião com Putin no balneário de Sochi, no Mar Negro, em alusão aos protestos anti-governamentais na sequência das eleições presidenciais tachadas como fraudulentas pelo Ocidente.
"É muito claro o que nossos amigos ocidentais estão buscando. Mas não há alturas que os bolcheviques não tenham alcançado. E vamos alcançá-las também", disse o governante bielorrusso.
Um Lukashenko visivelmente nervoso mostrou uma pasta ao seu homólogo russo com "alguns documentos" sobre o incidente do avião que terminou com a prisão do jornalista opositor Roman Protasevich e de sua namorada, Sofia Sapega.
"Para que compreenda o que aconteceu. Para que compreendam que tipo de pessoas são", declarou.
Lukashenko criticou também a União Europeia por punir a companhia aérea estatal Belavia com o fechamento do seu espaço aéreo, argumentando que a empresa nada tinha a ver com o incidente envolvendo o voo da Ryanair, que fazia a rota Atenas-Vilnius.
"Por que estão punindo o pessoal da Belavia? Não tiveram nada a ver com isso. Foram atingidos com tudo! Aí mostraram sua verdadeira face", lamentou.
Por sua parte, Putin recordou o incidente de 2013 quando a Áustria, a pedido dos Estados Unidos, foi forçada a aterrissar o avião que transportava o então presidente boliviano, Evo Morales, sob suspeita de que o ex-analista da CIA, Edward Snowden, estava a bordo.
"O avião do presidente boliviano foi pousado à força. Eles tiraram o presidente do avião e nada: silêncio", lembrou.
Desde o início, a Rússia defendeu as ações de Minsk, criticou as sanções adotadas pela UE e considerou o caso de Protasevich, preso depois de Lukashenko ter desviado o avião para Minsk com o argumento de que havia uma ameaça de bomba a bordo, como sendo um assunto interno.
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