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Ao lado de Putin, Lukashenko acusa Ocidente de tentar desestabilizar Belarus

29/05/2021 02h24

Moscou, 28 mai (EFE).- O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, acusou nesta sexta-feira o Ocidente de tentar desestabilizar a antiga república soviética durante uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, referindo-se à dura resposta da Europa ao desvio de um avião comercial da Ryanair para Minsk.

"Há uma tentativa de desestabilizar a situação até os níveis de agosto do ano passado", disse Lukashenko no início da sua reunião com Putin no balneário de Sochi, no Mar Negro, em alusão aos protestos anti-governamentais na sequência das eleições presidenciais tachadas como fraudulentas pelo Ocidente.

"É muito claro o que nossos amigos ocidentais estão buscando. Mas não há alturas que os bolcheviques não tenham alcançado. E vamos alcançá-las também", disse o governante bielorrusso.

Um Lukashenko visivelmente nervoso mostrou uma pasta ao seu homólogo russo com "alguns documentos" sobre o incidente do avião que terminou com a prisão do jornalista opositor Roman Protasevich e de sua namorada, Sofia Sapega.

"Para que compreenda o que aconteceu. Para que compreendam que tipo de pessoas são", declarou.

Lukashenko criticou também a União Europeia por punir a companhia aérea estatal Belavia com o fechamento do seu espaço aéreo, argumentando que a empresa nada tinha a ver com o incidente envolvendo o voo da Ryanair, que fazia a rota Atenas-Vilnius.

"Por que estão punindo o pessoal da Belavia? Não tiveram nada a ver com isso. Foram atingidos com tudo! Aí mostraram sua verdadeira face", lamentou.

Por sua parte, Putin recordou o incidente de 2013 quando a Áustria, a pedido dos Estados Unidos, foi forçada a aterrissar o avião que transportava o então presidente boliviano, Evo Morales, sob suspeita de que o ex-analista da CIA, Edward Snowden, estava a bordo.

"O avião do presidente boliviano foi pousado à força. Eles tiraram o presidente do avião e nada: silêncio", lembrou.

Desde o início, a Rússia defendeu as ações de Minsk, criticou as sanções adotadas pela UE e considerou o caso de Protasevich, preso depois de Lukashenko ter desviado o avião para Minsk com o argumento de que havia uma ameaça de bomba a bordo, como sendo um assunto interno.