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Grávidas começam ser vacinadas contra a covid-19 no Paraguai

09/06/2021 23h39

Assunção, 9 jun (EFE).- O Paraguai começou nesta quarta-feira a vacinação das grávidas contra a covid-19, enquanto o país continua acumulando casos e mortes em decorrência da doença e o oxigênio é escasso nos hospitais.

Gestantes com mais de 18 anos e com mais de 20 semanas de gestação, receberão as 99,6 mil doses da Moderna que chegaram no último final de semana como a primeira parte de uma doação total de 400 mil doses do Catar.

Depois do caos inicial em alguns postos de vacinação, o ministro da Saúde, Júlio Borba, lembrou hoje que "é fundamental" se cadastrar na plataforma da pasta para planejar a distribuição nos postos.

"Cerca de 8,4 mil mulheres estão cadastradas e serão convocadas para que não haja aglomeração ou algum tipo de transtorno", disse.

O Ministério recordou que será dada prioridade às profissionais da saúde grávidas que não puderam ser vacinadas durante a fase destinada aos trabalhadores do setor e àquelas que apresentem fatores de risco ou doenças pré-existentes.

SITUAÇÃO COMPLICADA

O Paraguai atingiu, ontem, novo recorde de mortes diárias com 140 óbitos, chegando a 10.145 vítimas desde o início da pandemia.

"Ainda estamos em uma situação complicada. Há muitos pacientes que estão em Unidades de Terapia Intensiva, em reanimação, intubados... Muitos pacientes na emergência, muitos pacientes com coronavírus... Os pacientes chegam em péssimo estado, o que dificulta o tratamento", disse o ministro.

O governo solicitou ontem o embarque de oxigênio ao Brasil devido à incapacidade das cinco empresas fornecedoras locais em atender a alta demanda dos hospitais.

A este respeito, Borba reconheceu que a falta de oxigênio "é uma grande dor de cabeça", uma vez que os hospitais sofrem com deficiências há cerca de um mês.

Há algumas semanas, o governo ordenou o uso da fábrica de Aceros del Paraguai para a produção de oxigênio, mas ela tem capacidade de apenas 6 mil litros por dia, o equivalente a dois dias de consumo no Instituto Nacional de Doenças Respiratórias e Ambientais, disse o ministro.

Diante dessa situação, também será utilizada a Binacional Itaipu, que ajudará "com três fábricas em todo o país", disse Borba.

VACINAÇÃO LENTA

Com o aumento do número de mortes, cada vez mais cidadãos pedem a liberação das vacinas e a redução da idade de imunização, que neste momento está na faixa de 60 anos.

O país continua recebendo vacinas a conta-gotas, com mais 40 mil doses das 1 milhão compradas da russa Sputnik V, que serão usadas como primeira dose para fazer avançar o plano de vacinação.

Borba garantiu mais um lote nos próximos meses para aplicação da segunda dose àqueles que forem imunizados agora com a vacina russa.

"A segunda parte da Sputnik V pode ser aplicada em até três meses. Temos a firme promessa de que iremos receber esse lote, não há necessidade de se preocupar com isso. Também temos a promessa de que receberemos uma quantia maior neste mês de junho", garantiu.

O Paraguai também está em negociações com a Argentina para adquirir as doses, agora que o país vizinho iniciará a produção local da vacina russa.

Sobre a doação de 6 milhões de doses pelos Estados Unidos a países da região, o ministro disse não saber qual será a quantidade destinada ao Paraguai.