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Keiko Fujimori pede anulação de 200 mil votos das eleições no Peru

10/06/2021 01h25

Lima, 9 jun (EFE).- A candidata Keiko Fujimori pediu às autoridades eleitorais do Peru nesta quarta-feira que sejam anuladas 802 urnas - o que corresponde a cerca de 200 mil votos - em meio a acusações de irregularidades e "fraude" no segundo turno do pleito presidencial realizado no último domingo no país.

Keiko, que está atrás do esquerdista Pedro Castillo na apuração por 70 mil votos, apresentou o pedido à Junta Nacional de Eleições (JNE).

"Estas 802 urnas representam 200 mil votos, que quando foram admitidos devem ser retirados da contagem nacional", disse a política de direita.

Com 99% dos votos contabilizados, Castillo lidera a apuração com 50,2%, contra 49,7% de Keiko - uma diferença de cerca de 70 mil votos.

"Se acrescentarmos as 802 urnas nas quais foram apresentados pedidos de anulação e que representam cerca de 200 mil votos, e acrescentarmos 300 mil votos (de outras urnas que estão sob análise), ainda há 500 mil votos em jogo em nível nacional", ressaltou a filha do ex-presidente Alberto Fujimori em entrevista coletiva.

FALSIFICAÇÃO E RESULTADOS.

Os advogados Miguel Torres, militante do Força Popular, e Julio César Castiglioni apontaram na entrevista aparentes irregularidades detectadas em seções eleitorais atribuídas ao partido Peru Livre, de Pedro Castillo.

Entre elas, os dois mencionaram a suposta falsificação de assinaturas de membros de mesa em 503 urnas e de resultados de mesa em outras 132 urnas, onde não foi registrado um único voto a favor de Keiko Fujimori.

Além disso, eles disseram que foram encontrados 65 casos em que as mesas de votação foram compostas por membros de uma mesma família, o que não é permitido por lei.

"Vimos a intenção sistemática do Peru Livre de violar a vontade do povo", afirmou Keiko.

VOTO A VOTO.

Por sua vez, Torres declarou que o Força Popular está ciente de que esta não é uma eleição de um partido e de uma pessoa, mas representará o modelo a ser seguido no país nos próximos cinco anos.

O partido "não vai jogar a toalha, vamos continuar a receber denúncias de irregularidades e vamos lutar até a última votação", disse.

Castiglioni acrescentou, por sua vez, que o partido "não está pedindo a anulação das eleições, mas sim que o voto dos cidadãos que apoiaram a candidatura de Keiko Fujimori seja respeitado".