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Premiê palestino diz que saída de Netanyahu acaba com pior etapa do conflito

14/06/2021 20h41

Jerusalém, 14 jun (EFE).- O primeiro-ministro palestino,Mohammad Shtayyeh, afirmou nesta segunda-feira que o fim do mandato de Benjamin Netanyahu como chefe do governo de Israel encerra o "pior período" da história do conflito, embora tenha ressaltado que não acredita que o novo Executivo seja "menos ruim que seus antecessores".

"Os 12 anos contínuos de Netanyahu no poder foram um dos piores períodos da história do conflito", destacou Shtayyeh, chefe da Autoridade Nacional Palestina (ANP), durante a reunião semanal de seu gabinete.

Shtayyeh equiparou o impacto negativo da era Netanyahu ao efeito igualmente negativo sobre a ANP da chegada ao poder do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se alinhou com as posições ideológicas da direita israelense.

No entanto, Shtayyeh esclareceu que não vê o novo governo israelense como "menos ruim" do que as coalizões anteriores, e também condenou o apoio do novo primeiro-ministro, o ultranacionalista Naftali Benet, às colônias judaicas no território palestino ocupado.

"Não consideramos que o novo governo israelense seja menos ruim do que seus antecessores", salientou Shtayyeh na reunião de gabinete, na qual previu que a coalizão não terá um caminho "se não levar em conta o futuro do povo palestino e seus direitos legítimos".

"O que é necessário do novo Executivo israelense é que comece a trabalhar para acabar com a ocupação e acabar com suas ferramentas coloniais, como os assentamentos", completou.

O governo liderado por Shtayyeh - com controle limitado sobre partes da Cisjordânia ocupada - tem acordos de cooperação bilateral com Israel em virtude dos Acordos de Oslo, o que significa que terá que negociar com o novo Executivo israelense.

Por sua vez, o movimento islâmico Hamas, que governa Gaza e no mês passado protagonizou uma forte escalada militar com Israel, considerou ontem que a mudança no poder israelense não muda muito a situação política dos palestinos.

"Qualquer que seja a forma do Executivo israelense, isso não mudará a natureza de nossas negociações com esta instituição como uma entidade ocupante à qual se deve resistir", disse hoje o porta-voz Fawzi Barhoum, acrescentando que o Hamas continuará lutando "por todos os meios e formas de resistência ", inclusive "a armada" se considerar necessário.