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Restos de outro dos estudantes desaparecidos de Ayotzinapa são encontrados

16/06/2021 01h19

Cidade do México, 15 jun (EFE).- As autoridades mexicanas identificaram os restos mortais de Jhosivani Guerrero, um dos estudantes de uma escola normal da cidade de Ayotzinapa desaparecidos em 2014, na região de La Carnicería, longe do aterro sanitário onde a versão oficial dizia que os jovens tinham sido queimados.

A informação foi confirmada nesta terça-feira pelo advogado das famílias, Vidulfo Rosales, após uma reunião dos pais dos desaparecidos com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, no Palácio Nacional.

Esta descoberta surge quase um ano após a identificação de Christian Alfonso Rodriguez, outro dos estudantes, cujos restos mortais foram encontrados na mesma região.

Durante a reunião com as autoridades, os familiares foram informados de que a Universidade de Innsbruck, na Áustria, identificou uma vértebra de Guerrero.

O governo anterior, presidido por Enrique Peña Nieto, tinha anunciado em setembro de 2015 a descoberta dos restos mortais de Jhosivani, mas não se tratava de uma identificação considerada completa pelos pais.

Com o anúncio desta terça-feira, já são dois os estudantes totalmente identificados pelo governo de López Obrador, que ao chegar ao poder em 2018 reiniciou a investigação do que aconteceu.

Segundo a controversa versão do governo de Peña Nieto, os 43 alunos da escola normal de Ayotzinapa foram presos em 26 de setembro de 2014 por policiais corruptos de Iguala, no estado de Guerrero, e entregues ao cartel Guerreros Unidos, que os matou e incinerou no aterro sanitário de Cocula e jogou os restos mortais em um rio.

Este relato, conhecido como a "verdade histórica", foi questionado por familiares e por uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e de seu Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI), que apontou que os corpos não poderiam ter sido queimados no local indicado.

O governo de López Obrador derrubou esta versão ao identificar, em julho do ano passado, os restos mortais de Christian Alfonso Rodríguez na região de La Carnicería, longe do aterro sanitário.

Uma linha de investigação foi reforçada nesta terça-feira com a identificação dos restos mortais de Jhosivani na mesma área. Além de Christian e Jhosivani, Alexander Mora foi identificado em 2014, e 40 estudantes continuam em paradeiro desconhecido.

Em 26 de setembro de 2020, seis anos após a tragédia, o presidente López Obrador pediu desculpas às famílias em nome do Estado mexicano e anunciou mandados de captura contra alguns policiais, que de acordo com a versão de Peña Nieto não estavam ligados aos acontecimentos. EFE

er/vnm

(foto)