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Espanha concorda em extraditar ex-guerrilheiro do ELN à Colômbia

18/06/2021 16h30

Madri, 17 jun (EFE).- A Audiência Nacional da Espanha concordou nesta quinta-feira em extraditar para a Colômbia o ex-guerrilheiro do Exército de Libertação Nacional (ELN), Luis Jhon Castro Ramírez, conhecido como "El Zarco" e acusado de enganar e entregar 17 pessoas ao exército colombiano para serem assassinadas dentro da prática conhecidas como "falso-positivo".

O tribunal considerou que os crimes pelos quais Ramírez é acusado são tipificados na Colômbia como homicídio de pessoa protegida e conspiração para delinquir, e na Espanha como homicídio, cumprindo assim os requisitos para a extradição.

Os juízes também entendem que o acordo de extradição entre os dois países está sendo cumprido, que os crimes não prescreveram e que o pedido da Colômbia não tem motivação ilegítima.

Segundo o tribunal, entre 2007 e 2008, Ramírez teria participado do recrutamento, por meio de promessas de pagamentos, de 17 pessoas para levá-las aos locais onde estavam soldados do exército colombiano, que as mataram e as apresentaram como vítimas de combate contra guerrilheiros.

Especificamente em 6 de novembro de 2007, o acusado levou três homens a uma área perto de Cali, onde membros da Terceira Brigada do Exército Nacional da Colômbia os mataram em "um suposto combate, se passando por subversivos vestidos de policiais armados".

Posteriormente, em 2008, recrutou da mesma forma 14 outras pessoas que também foram mortas pelo exército, "sem combate", e que foram "apresentadas como vítimas legítimas de combate" em documentos oficiais "que davam aparência de legalidade às operações militares".

Durante a audiência de extradição, ocorrida no último dia 10, o ex-guerrilheiro declarou-se vítima de perseguição política por denunciar os mesmos atos de que era acusado e disse que corria o risco de ser assassinado na Colômbia.

A Audiência Nacional espanhola já havia concordado anteriormente com a extradição do ex-guerrilheiro pelos mesmos fatos, mas esta não pôde ser realizada no prazo estabelecido devido às restrições impostas pela pandemia do coronavírus, razão pela qual as autoridades colombianas exigiram novamente sua entrega.

Em sua decisão de hoje, a Audiência destacou a rapidez das autoridades colombianas em formalizar um novo pedido de extradição, bem como a "extrema gravidade de alguns fatos que, se negados, ficarão impunes".

A decisão de extraditar Ramírez à Colômbia ainda pode ser alvo de apelação perante a própria Audiência Nacional espanhola. EFE

td/rsd