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Jornada eleitoral no Irã é marcada por abstenção e favoritismo de Raisi

18/06/2021 16h53

Teerã, 18 jun (EFE).- A jornada eleitoral desta sexta-feira no Irã está marcada por uma participação mais baixa do que nas eleições presidenciais anteriores e com a maioria dos eleitores expressando seu apoio ao clérigo ultraconservador Ebrahim Raisi.

O clérigo e atual chefe do Judiciário votou de manhã cedo em um mausoléu no sul de Teerã, onde prometeu "estar a serviço de todas as pessoas" e não de um grupo político específico.

Raisi é considerado um candidato radical e o favorito do sistema teocrático, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, que o nomeou em 2019 como chefe do Judiciário.

Seus rivais são Abdolnaser Hemmati, ex-governador do Banco Central do Irã; Mohsen Rezai, atual secretário do Conselho de Discernimento e ex-comandante da Guarda Revolucionária; e o conservador primeiro vice-presidente do parlamento, Amir-Hossein Ghazizadeh Hashemi.

Hemmati, o único moderado, afirmou hoje que seu objetivo é "acabar com o isolamento estrangeiro", em referência às sanções impostas pelos Estados Unidos em 2018, após sua saída do acordo nuclear com o Irã.

"Se eu não obtiver votos (suficientes), quem quer que seja o presidente deve levar o desenvolvimento e a prosperidade do país a patamares mais elevados", frisou Hemmati em meio à multidão de jornalistas que o cercaram enquanto votava em Hoseiniye Ershad, no norte de Teerã.

O centro de votação de Hoseiniye Ershad estava bastante lotado, embora principalmente de jornalistas, como de costume, uma vez que personalidades conhecidas costumam votar lá.

No entanto, os demais centros de votação visitados pela Agência Efe, tanto aqueles localizados em escolas e mesquitas quanto em diferentes áreas do sul, leste e centro da cidade, estavam bastante vazios.

Em um deles, o jovem Yavad Akbari, de 28 anos, reconheceu à Efe que "há menos gente do que em outros anos" e disse que votaria em Raisi na esperança de que "a economia do país melhore".

Cientes de que as pesquisas mais otimistas apontam para uma participação de 47%, as autoridades voltaram a estimular a população a comparecer às urnas.

Depois de votar no Ministério do Interior, o atual presidente Hassan Rohani garantiu que "os olhos do mundo estão nas urnas" e pediu à população que "decepcione os inimigos participando das eleições".

"Nosso povo está bem ciente de como as eleições são importantes para seu destino e para o sistema da República Islâmica", destacou Rohani.