López Obrador admite queda na vacinação, mas nega relação com eleições

Cidade do México, 18 jun (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, admitiu nesta sexta-feira que houve uma queda no número de vacinações diárias contra a covid-19 no país, algo que atribuiu a um "ritmo de chegada de vacinas" mais lento e o dissociou das eleições intermediárias.

"O número de vacinados caiu, mas é porque não temos disponibilidade suficiente de vacinas. Será resolvido", explicou o presidente, durante entrevista coletiva matinal no Palácio Nacional.

No último dia, o México aplicou 385 mil doses, longe do número recorde de 1 milhão de vacinações diárias registradas nos dias anteriores às eleições do último dia 6.

"O ritmo de chegada de vacinas caiu. Há disponibilidade, mas também podemos comprovar que chegaram menos vacinas", justificou o presidente.

López Obrador projetou um gráfico segundo o qual 5,7 milhões de doses foram recebidas de diferentes laboratórios durante a semana de 24 a 30 de maio, enquanto nesta semana apenas 2,9 milhões chegaram ao México.

Além disso, ele atacou a imprensa que "de má-fé" informou antes das eleições que a vacinação foi acelerada por motivos eleitorais, e criticou que os referidos meios de comunicação "são muito bons em calúnias".

Como resultado da redução na chegada das doses, o presidente anunciou uma próxima reunião com as autoridades sanitárias dos 32 estados do país para "reforçar o plano de vacinação".

VACINAS NA FRONTEIRA

Ontem, Baixa Califórnia foi o primeiro estado a iniciar a vacinação de toda sua população, já que no resto do país estão sendo imunizadas pessoas com mais de 40 anos, profissionais da saúde, professores e gestantes.

"Esperamos avançar muito rapidamente porque os resultados do primeiro dia foram satisfatórios", explicou a secretária de Segurança e Proteção ao Cidadão, Rosa Icela Rodríguez.

O governo planejava vacinar 140 mil pessoas por dia, mas no primeiro dia de vacinação universal no estado, mais de 198 mil pessoas foram imunizadas.

Para vacinar a população de Baixa Califórnia, há 1,35 milhão de doses da vacina da Janssen, enviadas pelos Estados Unidos para acelerar a imunização no norte do México e reabrir a fronteira comum, parcialmente fechada desde março de 2020 devido à pandemia.

O México registrou 230.792 mortes e quase 2,5 milhões de casos confirmados, sendo o quarto país do mundo com o maior número de vítimas, depois dos EUA, Brasil e Índia.

Com 126 milhões de habitantes, 38,6 milhões de doses de vacinas foram fornecidas por seis laboratórios diferentes, enquanto 15,5 milhões de pessoas completaram o calendário de vacinação.