Governo espanhol descarta referendo de autodeterminação na Catalunha

Madri, 22 jun (EFE).- O governo da Espanha "não convocará nenhum referendo na Catalunha para a autodeterminação nem permitirá uma declaração unilateral de independência", garantiu nesta terça-feira a porta-voz do Executivo, María Jesús Montero, após a concessão de indultos a nove líderes independentistas catalães condenados à prisão.

Depois do anúncio do indultos, o presidente da Catalunha, o independentista Pere Aragonés, enalteceu a medida concedida pelo governo espanhol, mas voltou a pedir "anistia" e um "referendo pactuado" sobre a independência da região autônoma.

Em ato institucional em Barcelona, Aragonès admitiu que os indultos são um passo que "ajuda a gerar credibilidade no caminho da negociação e no acordo para resolver o conflito" catalão, mas que para isso é preciso terminar "toda a repressão contra o independentismo".

Segundo Aragonès, o governo catalão destinará "todos os seus esforços para possibilitar esta nova etapa na qual a negociação, a política, deve ser o espaço para resolver um conflito que está congelado há muito tempo".

"Esta na hora da anistia e do direito à autodeterminação. Está na hora de um referendo pactuado. Está na hora da solução que gere mais consenso interno, que garanta o apoio internacional e uma coesão social irrenunciável", proclamou.

O presidente do governo catalão enfatizou que os perdões não resolvem a situação dos "exilados", em referência aos apoiadores pró-independência que permanecem fora do país foragidos da justiça espanhola.