López Obrador diz que respeitará decisão para descriminalização da maconha
"Vamos respeitar o que (a SCJN) decidiu e vamos avaliar, ver quais os efeitos que tem, se virmos que não ajuda, que não é bom para o país, que não é bom diante do grave problema da dependência de drogas, de que não é bom parar a violência, então vamos agir", disse o presidente.
Ontem, a SCJN aprovou uma decisão histórica que suspende a proibição do consumo recreativo de maconha no México, embora não endosse sua comercialização.
O presidente lembrou que ao assumir o poder, em 1º de dezembro de 2018, esse processo sobre a planta já estava em andamento e, embora tenha sido decidido fazer uma revisão no gabinete de segurança, não foi possível chegar a um consenso.
"No governo há opiniões divergentes e foi decidido não intervir e esperar que a SCJN resolvesse, porque cabia ao Poder Judiciário resolver", afirmou.
Ele observou que esta diversidade de opiniões que ocorre no governo, também acontece entre a população do país, e por isso terá de "recolher" os sentimentos do povo "e ver como esta medida vai se desenvolver".
"Se virmos que prejudica, vamos propor uma mudança e buscar, de acordo com meus poderes, um projeto de lei" para reverter a medida, disse.
"Porque há muitos que estão pensando nos negócios e até dizem que com isso vão arrecadar impostos e fortalecer as finanças públicas, isso me incomoda até porque não dá para traficar com a saúde das pessoas", afirmou.
Por todas essas razões, "não houve acordo" dentro do governo e por isso foi respeitada a decisão, que cabia à Suprema Corte resolver.
"E agora vamos cumprir o que o Tribunal decidiu porque é nossa obrigação e vamos fazer com que o Cofepris (regulador sanitário) se prepare e possa cumprir o que está legalmente ordenado e ao mesmo tempo estaremos atentos", concluiu.
A decisão da Suprema Corte veio após um longo caminho que encerrou um século de proibição absoluta da maconha no país e após vários recursos de consumidores e pessoas que usavam a planta medicinalmente.
Com a publicação da declaração no Diário Oficial da Federação (DOF), os mexicanos poderão solicitar à Comissão Federal de Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris), que pertence ao Ministério da Saúde, autorizações para consumir, cultivar e transportar privadamente a maconha.
Segundo relatório da ONG Endeavor, o México é o segundo maior produtor de cannabis do mundo, com até 27 mil toneladas por ano, enquanto a Aliança Latino-Americana de Cannabis (Alcan) estima que a indústria medicinal e recreativa dessa planta geraria mais de US$ 22 bilhões em quatro anos.
Desde o início de 2021, e após vários anos de atrasos após sua legalização no Congresso, o México regulamentou o uso, a venda e a distribuição da maconha medicinal.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.