Cuba chama de "mentira" e "manipulação" apoio da UE aos manifestantes
"Sobre Cuba, ele mente e manipula", descreveu o chanceler cubano via Twitter, a declaração do alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, publicada hoje em um comunicado.
No documento, a UE se solidariza com os cubanos que expressam "pacificamente seus pontos de vista" e exige do governo presidido por Miguel Díaz-Canel que liberte os manifestantes "detidos arbitrariamente, ouça as vozes de seus cidadãos e se engaje em um diálogo inclusivo sobre suas queixas".
O chanceler cubano rejeitou "veementemente" esta declaração e em seu tuíte ordenou que Borrell "tratasse da brutal repressão policial na UE", mas sem dar maiores detalhes.
Ele também criticou o fato de na sua declaração o alto representante europeu "não ousar mencionar nominalmente o genocida bloqueio americano que viola a soberania europeia e impõe suas leis e tribunais sobre ela".
Desde o início dos protestos, a estratégia do governo cubano é tentar chamar a atenção para os Estados Unidos e o embargo que impõe à ilha há seis décadas, ao qual atribui a situação de extrema crise econômica que agravou o descontentamento do cidadão cubano.
A UE, no entanto, considerou que os protestos refletem a "ofensa à população" pela falta de alimentos, medicamentos, água e eletricidade, bem como da liberdade de expressão e de imprensa, e assegurou que "em paralelo à situação da covid-19" tais ultrajes aumentaram "a exigência por direitos civis e políticos, e de democracia", segundo o comunicado.
As manifestações de 11 de julho, as maiores em Cuba em mais de 60 anos, ocorreram com o país mergulhado em uma grave crise econômica e sanitária, com a pandemia fora de controle e uma escassez urgente de alimentos, remédios e outros itens básicos, bem como longos cortes de energia elétrica em algumas regiões.
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