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Milhares de haitianos acampam no Texas após cruzarem fronteira México-EUA

17/09/2021 04h09

Washington, 16 set (EFE).- Mais de 8 mil imigrantes ilegais, a maioria de nacionalidade haitiana, estão sendo mantidos por autoridades dos Estados Unidos em um acampamento improvisado no sul do estado do Texas, após cruzarem em massa a fronteira pelo lado do México.

Os imigrantes têm entrado nos Estados Unidos desde terça-feira através da região de Del Rio (Texas) e sobrecarregaram as autoridades de imigração americanas, que improvisaram o acampamento sob a ponte internacional que liga essa cidade a Ciudad Acuña, no lado mexicano, enquanto eles esperam para que sejam processados os pedidos de asilo.

Estes milhares de migrantes, segundo as autoridades locais, estão dormindo ao ar livre e carecem de serviços básicos. As condições ameaçam criar uma nova emergência humanitária na fronteira sul, que tem registrado um número recorde de chegadas de imigrantes ilegais desde que Joe Biden tomou posse como presidente dos EUA em janeiro, e já se tornou o foco de uma crise política.

Segundo o jornal "The Washington Post", muitos dos que chegaram nessa leva deixaram o Haiti após o terremoto de 2010 rumo, especialmente, a Brasil e Chile, mas a crise gerada pela pandemia de covid-19 os levou agora para os Estados Unidos.

A Patrulha de Fronteira dos EUA enviou reforços a Del Rio para administrar o acampamento e devido à incerteza de que mais imigrantes possam atravessar a fronteira nos próximos dias.

O governador do Texas, Greg Abbott, do Partido Republicano, anunciou nesta quinta-feira o fechamento de seis pontos de passagem de fronteira com o México para "evitar que caravanas de imigrantes infestem" o estado. Mais tarde ele recuou no tom e disse que os agentes do estado só estarão presentes para reduzir as chegadas.

O prefeito de Del Rio, Bruno "Ralphy" Lozano, do Partido Democrata, cobrou o governo de Joe Biden a "reconhecer que há uma crise de fronteira em tempo real acontecendo neste momento com graves consequências para a segurança e a saúde".

Lozano, que descreveu o acampamento como uma "favela", também advertiu que se os agentes se concentrarem neste ponto, o restante do trecho de fronteira vizinho da cidade, de 400 quilômetros, ficará sem vigilância. EFE

at/id

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