Primeiro julgamento na Áustria sobre contágio em massa da covid-19 é iniciado
O processo foi movido pela viúva e pelo filho de um homem que foi infectado pelo novo coronavírus enquanto passava férias no local, onde houve um surto da doença. Com a propagação descontrolada, milhares de turistas, procedentes de 45 países, também deram positivo para o patógeno.
A acusação cobra do governo austríaco uma indenização de 100 mil euros (R$ 618,4 mil), sob o argumento de que as autoridades locais não reagiram a tempo, nem com suficiente determinação, para evitar o contágio desenfreado, embora casos fossem registrados constantemente na estação, conhecida como Ibiza dos Alpes.
No processo, é alegado que as autoridades regionais e locais, além da associação de turismo da região, "minimizaram irresponsavelmente o perigo", ao não fechar a tempo bares e teleféricos, nem ter aplicado medidas de rastreamento e controle", indica a agência de notícias "APA".
O primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, é acusado de ter informado de maneira pouco precisa que a estação deveria ficar em quarentena, o que provocou uma saída descontrolada dos turistas, causando a propagação da covid-19 em outros países.
O familiar dos responsáveis pela ação teria se infectado em um ônibus que ficou horas parado em um engarrafamento, provocado pelo grande número de veículos conduzidos por pessoas que deixavam o local.
A Áustria enfrenta dezenas de processos relacionados à estação de Ischgl, onde se estiva que cerca de 6 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, sendo que 32 morreram.
Inclusive, foi formada uma associação de vítimas e afetados, que prepara uma ação judicial coletiva sobre o caso.
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