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Primeiro julgamento na Áustria sobre contágio em massa da covid-19 é iniciado

17/09/2021 17h00

Viena, 17 set (EFE).- Um tribunal de Viena iniciou nesta sexta-feira o primeiro julgamento na Áustria sobre suposta negligência das autoridades que teria provocado milhares de casos de covid-19, em março de 2020, na estação de esqui de Ischgl.

O processo foi movido pela viúva e pelo filho de um homem que foi infectado pelo novo coronavírus enquanto passava férias no local, onde houve um surto da doença. Com a propagação descontrolada, milhares de turistas, procedentes de 45 países, também deram positivo para o patógeno.

A acusação cobra do governo austríaco uma indenização de 100 mil euros (R$ 618,4 mil), sob o argumento de que as autoridades locais não reagiram a tempo, nem com suficiente determinação, para evitar o contágio desenfreado, embora casos fossem registrados constantemente na estação, conhecida como Ibiza dos Alpes.

No processo, é alegado que as autoridades regionais e locais, além da associação de turismo da região, "minimizaram irresponsavelmente o perigo", ao não fechar a tempo bares e teleféricos, nem ter aplicado medidas de rastreamento e controle", indica a agência de notícias "APA".

O primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, é acusado de ter informado de maneira pouco precisa que a estação deveria ficar em quarentena, o que provocou uma saída descontrolada dos turistas, causando a propagação da covid-19 em outros países.

O familiar dos responsáveis pela ação teria se infectado em um ônibus que ficou horas parado em um engarrafamento, provocado pelo grande número de veículos conduzidos por pessoas que deixavam o local.

A Áustria enfrenta dezenas de processos relacionados à estação de Ischgl, onde se estiva que cerca de 6 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, sendo que 32 morreram.

Inclusive, foi formada uma associação de vítimas e afetados, que prepara uma ação judicial coletiva sobre o caso.