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China discursa na ONU contra militarismo e pede mais cooperação

Li Xueren/Xinhua
Imagem: Li Xueren/Xinhua

EFE

22/09/2021 04h58

O presidente da China, Xi Jinping, criticou nesta terça-feira, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, intervenções militares e tentativas de impor a democracia em outros países, em uma aparente crítica aos Estados Unidos, e apelou para uma nova era de cooperação.

"Os recentes desenvolvimentos na situação internacional mostraram mais uma vez que a intervenção militar por forças externas e a chamada transformação democrática são extremamente prejudiciais", declarou Xi em uma mensagem de vídeo para a Assembleia Geral.

O líder chinês, que inicialmente não planejava se dirigir à ONU neste ano, mudou de ideia e gravou discurso no qual não mencionou diretamente os EUA, mas no qual deixou várias mensagens para Washington.

Algumas horas antes, o presidente dos EUA, Joe Biden, havia defendido "uma competição vigorosa" com Pequim no mesmo palco, mas havia assegurado que não estava buscando "uma nova Guerra Fria ou um mundo dividido em blocos rígidos".

Xi pediu para "renunciar a pequenos círculos de exclusão e jogos de soma zero" e para que sejam abordadas as diferenças "através do diálogo e da cooperação com base na igualdade e no respeito mútuo".

"O sucesso de um país não implica necessariamente o fracasso de outro, pois há espaço total no mundo para o crescimento e progresso conjunto de todos", destacou.

Ele apelou ao diálogo para "construir um novo tipo de relações internacionais" e "verdadeiro multilateralismo" em um momento em que o mundo está "em uma encruzilhada histórica". "A China nunca invadiu ou atropelou outros, nem procurou a hegemonia no passado, nem o fará no futuro", frisou.

Além das tensões geopolíticas, o presidente chinês abordou outras questões em seu discurso, como a Covid-19, uma pandemia que, em sua visão. o mundo vai superar "mais cedo ou mais tarde".

"As vacinas são nossa poderosa arma contra a pandemia", destacou Xi, que considera que elas deveriam ser consideradas um bem público global e estar disponíveis para todos os países.

Ele disse estar confiante de que a China seria capaz de fornecer ao mundo 2 bilhões de doses de vacinas neste ano e reiterou sua promessa de doar 100 milhões a países em desenvolvimento.

Em resposta às dúvidas dos EUA sobre a origem do vírus, ele garantiu que apoia o rastreamento "com base científica" e se oporia ao que chamou de "manipulação política".