Na ONU, presidente do Peru pede acordo global de acesso a patentes de vacinas
"Seria um sinal de nosso compromisso com a saúde e a vida de todos os povos", disse Castillo durante seu primeiro discurso nas Nações Unidas - ele assumiu a presidência do país em 28 de julho.
Para o líder peruano, "as vacinas abriram o caminho e a fé da humanidade para assumir a convicção de que esta batalha será vencida pela humanidade, mas a luta contra a pandemia nos mostrou a incapacidade do sistema internacional de cooperar com base nos princípios de solidariedade e eficiência".
"Precisamos de acordos que garantam a equidade no acesso às vacinas e sua aplicação. A cooperação multilateral é a grande ausente na luta contra a covid-19", acrescentou.
"VOCAÇÃO DEMOCRÁTICA".
No discurso, Castillo reafirmou sua "vocação e filiação democrática" e voltou a prometer uma gestão responsável da economia, diante das persistentes críticas que vem recebendo da oposição, que teme que o político esquerdista dê uma guinada autoritária e provoque um desastre econômico.
Usando seu característico chapéu chotano, típico dos camponeses de sua região natal de Cajamarca, no norte dos Andes peruanos, ele se apresentou à Assembleia como "um professor do mundo rural que pela primeira vez na história do Peru assume a condução" do país.
"A tarefa não é apenas consolidar o Estado de direito e a divisão de poderes, mas também torná-lo efetivo na vida política e no exercício dos direitos da população no dia-a-dia", afirmou.
Castillo ressaltou que seu país possui "indicadores de extrema desigualdade e exclusão que afetam os valores éticos da democracia e a competitividade do Estado e da economia".
"Uma transformação social é necessária para permitir que todos os peruanos possam desfrutar de seus direitos econômicos e sociais, assim como das liberdades fundamentais e dos direitos civis e políticos", disse Castillo, que luta pela aprovação de uma nova Constituição.
CONDENAÇÃO DO TERRORISMO.
O presidente peruano também aproveitou o discurso para se distanciar do terrorismo, depois de ser acusado durante a campanha eleitoral de ser simpatizante do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso.
"O Peru tem sofrido violência terrorista e tem sido capaz de superá-la. Condenamos e rejeitamos o terrorismo em todas as suas formas. O terrorismo nunca foi e nunca será um meio de transformação social. A violência só gera destruição", declarou.
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