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Mahmoud Abbas dá ultimato a Israel e fala em deixar solução de "dois Estados"

24/09/2021 22h56

Nações Unidas, 24 set (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, deu um ultimato nesta sexta-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU, ao admitir a possibilidade de abandonar a solução de "dois Estados", caso Israel siga promovendo o que classificou como 'apartheid'.

"Nosso povo palestino e o muito inteiro não tolerarão tal situação, e as circunstâncias levarão a impor direitos políticos plenos e iguais para todos na terra da Palestina histórica, dentro de um só Estado", disse Abbas, em discurso gravado.

"O poder ocupador tem um ano para se retirar do território palestino", exigiu.

Junto com a fala de Abbas, foi exibido um mapa que mostrava a progressiva ocupação do território palestino, até culminar com 12% do total, em 2020, junto com a inscrição unilateralismo israelense.

O presidente palestino garantiu estar pronto para trabalhar na delimitação das fronteiras e resolver todos os problemas sobre o status final", mas fez alerta que, se isso não acontecer, irá à Corte Internacional de Justiça, para questionar a legalidade da ocupação e o posicionamento da ONU e comunidade internacional.

Antes do discurso, Abbas solicitou ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a convocação de uma conferência internacional de paz, para buscar os passos necessários para "desenvolver um mecanismo de proteção" para a população palestina.

Abbas ainda reafirmou o compromisso com a realização de pleito legislativo e presidencial "assim que haja garantias para realizá-las em Jerusalém.

"Gostaria de deixar claro que não cancelamos às eleições, apenas a adiamos, porque não poderíamos realizá-las em Jerusalém", garantiu o líder palestino, que defendeu a criação de um governo de unidade até que seja possível a ida da população às urnas.

Além disso, Abbas garantiu que mantém "um diálogo construtivo com o governo dos Estados Unidos, para retomar as relações com o país", logo após criticar os países que "dizem compartilhar valores com Israel", que segundo ele, rechaça e viola resoluções da ONU.