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Presidente paraguaio critica atraso do Covax na entrega das vacinas

25/09/2021 01h10

Nações Unidas, 24 set (EFE).- O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, expressou nesta sexta-feira, na Assembleia Geral das Nações Unidas, a "decepção" de seu governo com o mecanismo Covax e convocou um debate internacional para analisar sua lentidão.

"A covid-19 trouxe à luz algumas realidades que devemos enfrentar. Tem sido difícil para muitos países como o nosso ter de dizer aos nossos povos que apesar de terem administrado e pago as vacinas dentro do prazo através do mecanismo Covax, elas não chegaram a tempo", disse o presidente.

Abdo Benítez acrescentou que o Paraguai "sempre optou pelo multilateralismo" entendendo que "os problemas comuns que transcendem nossos países exigem uma resposta conjunta, como é o caso da covid-19".

"No entanto, não podemos esconder a nossa profunda decepção com a resposta do sistema multilateral para a distribuição eficaz e oportuna de vacinas. Esta realidade deve ser abordada nesta sala com a vontade de avaliar o que aconteceu e poder gerar mudanças para o futuro", afirmou.

Além disso, ele também destacou "a cooperação de países amigos e fraternos que, abnegadamente, estendem sua mão solidária ao povo paraguaio por meio da cooperação de vacinas" que lhes permitiu "salvar vidas e avançar com o programa de imunização".

"Agradeço mais uma vez aos governos dos Estados Unidos, Catar, Índia, México, Espanha, Chile, Colômbia, Emirados Árabes Unidos e Uruguai, por um gesto tão nobre. Nosso país não o esquecerá", acrescentou.

O presidente paraguaio também disse que não se pode "ignorar que alguns tentaram usar a vacina como ferramenta política e ideológica em um dos momentos mais difíceis da história recente da humanidade".

O atraso na chegada das vacinas ao Paraguai, assim como a escassez de medicamentos nos postos de saúde públicos, assolados pela pandemia, levaram a manifestações públicas em março na capital Assunção, exigindo a renúncia de Abdo Benítez.

O Paraguai confiou no ano passado ao mecanismo Covax para obter vacinas para imunização contra o coronavírus, que até hoje deixou mais 16 mil mortos no país, em uma população de pouco mais de sete milhões de habitantes. EFE

jm/phg

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