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Academia médica diz que 14,9% dos venezuelanos tomaram duas doses da vacina

27/09/2021 22h00

Caracas, 27 set (EFE).- A Academia Nacional de Medicina (ANM) da Venezuela afirmou nesta segunda-feira que 14,88% dos venezuelanos receberam as duas doses da vacina contra o covid-19, o que representa 4,26 milhões de pessoas.

"Um plano de vacinação contra a covid-19 ainda não foi lançado oficialmente conhecido oficialmente, e até 24 de setembro, apenas 14,88% (4.261.397) da população elegível na Venezuela recebeu as duas doses da vacina necessárias para estabelecer a imunidade protetora, de acordo com a página oficial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)", disse a ANM em nota.

Na última quinta-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, informou que 40% da população já havia sido vacinada e, em duas semanas a partir desse momento, ou seja, no dia 7 de outubro, o número seria de 58%.

Com isso, ele mostrou sua esperança de que a Venezuela alcance 70% dos vacinados até o final de outubro.

No entanto, o presidente não detalhou se estes 40% incluem aqueles que receberam apenas uma dose.

Nesse sentido, a ANM afirmou que "as vacinas utilizadas até agora na Venezuela foram a Sputnik V, de origem russa, e a Sinopharm, fabricada na China".

"As características da vacina Sputnik V foram publicadas em revistas científicas e sua qualidade foi comprovada em ensaios clínicos independentes realizados principalmente na Argentina. A vacina Sinopharm foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", frisaram.

Por outro lado, lembraram que, no final de julho, "foi anunciado que 12 milhões de doses adicionais seriam recebidas pelo mecanismo Covax", coordenado pela OMS, e que inclui "vacinas produzidas na China pela Sinopharm e Sinovac", ambas "com a aprovação da OMS".

Para a ANM, "a situação é complicada" porque em março "o governo anunciou que a Venezuela iniciaria testes experimentais de dois protótipos de vacinas de origem cubana (Abdala e Soberana) e que iria produzi-las".

Eles reiteraram que, na ocasião, expressaram "preocupação com a falta de informação" e, principalmente, porque "estavam na fase experimental".

"Não só o nosso pedido de informação foi ignorado, mas no dia 25 de junho, o governo anunciou que chegava ao país o primeiro lote de 30 mil doses de Abdala que, aparentemente, foram utilizadas como produto experimental em 10 mil venezuelanos, sem nosso conhecimento de que normas éticas e legais foram seguidas", acrescentaram.

O governo venezuelano anunciou posteriormente um acordo com Cuba para adquirir 12 milhões de doses da Abdala, que em 9 de julho recebeu autorização para seu uso emergencial do Centro Estatal de Controle de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (CECMED) de Cuba, mas não da OMS.

Por este motivo, a ANM, "na qualidade de instituição consultiva do Estado", manifestou "a sua profunda preocupação por ser um produto para o qual não existe informação científica sobre a sua segurança e eficácia, nenhuma publicação científica conhecida, e sem qualquer aprovação por parte da OMS ou outra agência reguladora internacional se aplica aos venezuelanos, com todas as consequências que isso pode acarretar". EFE

gdl/phg