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OEA pede à Nicarágua soltura imediata de candidatos presidenciais

20/10/2021 23h46

Washington, 20 out (EFE).- A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu nesta quarta-feira à Nicarágua a soltura "imediata" de candidatos à presidência do país nas eleições de novembro e de outros presos políticos.

Por um placar de 26 votos a favor e sete abstenções, o Conselho Permanente da organização interamericana aprovou uma resolução apresentada por Antígua e Barbuda, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai.

No texto, a entidade manifestou "grande preocupação" porque a Nicarágua ignorou os esforços do Conselho Permanente da OEA para se comprometer com eleições "livres e justas".

Além disso, o órgão sediado em Washington (EUA) observou "com alerta" a deterioração da situação política e dos direitos humanos na Nicarágua e os esforços do governo do presidente Daniel Ortega - que quer a reeleição - para minar o processo eleitoral.

Neste contexto, a OEA cobrou o governo nicaraguense a "implementar sem demora" os princípios da Carta Democrática Interamericana e padrões internacionalmente reconhecidos.

Tudo isso para realizar eleições livres, justas e transparentes o mais rápido possível, sob a observação da OEA e de outras organizações internacionais confiáveis, segundo a resolução.

Além disso, o Conselho Permanente não descartou a tomada de outras ações, se necessário, como levar à Assembleia Geral da OEA a questão das eleições de 7 de novembro na Nicarágua.

A delegação nicaraguense não participou da sessão desta quarta-feira do Conselho Permanente, que foi realizada virtualmente. Em uma carta lida por um representante do país antes do início das deliberações, a Nicarágua garantiu que não aceita e não aceitará "atos que degradam sua liberdade".

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica que eclodiu em 2018, quando houve grandes protestos contra Daniel Ortega, que está no poder desde 2007 e disputa a reeleição.

A crise política já causou 328 mortes, levou ao menos 103 mil pessoas a se exilarem e incluiu a prisão de centenas de membros da oposição, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (UNHCHR).

Entre os presos estão sete candidatos presidenciais, líderes da oposição e profissionais independentes. EFE