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Presidente do Equador não prestará depoimento hoje na Assembleia Nacional

20/10/2021 19h59

Quito, 20 out (EFE).- O presidente do Equador, Guillermo Lasso, não se apresentará nesta quarta-feira à Assembleia Nacional, o parlamento do país, para depor na comissão aberta para investigá-lo, pela menção na investigação jornalística denominada Pandora Papers.

A informação sobre o não comparecimento do chefe de governo foi dada à Agência Efe por um porta-voz da Presidência da República e também por fontes do Poder Legislativo local.

"Hoje, ele não irá. Está disposto a receber membros da comissão, quando todas as audiências anteriores tiverem sido concluídas", disse o representante do governo, ao confirmar a veracidade de uma carta que circulou durante a madrugada nas redes sociais.

No texto, dirigido a José Cabascango, presidente da Comissão Especializada Permanente de Garantias Constitucionais, que investiga o chefe de governo, Lasso indica a decisão de só prestar depoimento sobre o caso no fim dos trabalhos.

O presidente, além disso, garante que tem "disponibilidade para receber no palácio" os membros do grupo.

Fontes da Assembleia Nacional também confirmaram a autenticidade da carta e indicaram que a situação será analisada, inclusive, com a possibilidade de obrigar que o depoimento seja prestado, pela condição de Lasso como funcionário público.

O presidente do Equador estava convocado para participar de audiência às 15h locais (17h de Brasília). Nela, os membros da comissão interrogariam o chefe de governo.

Na manhã de hoje, também estavam convocados a mulher de Lasso, María Lourdes de Alcívar, e um dos filhos do casal, Santiago Xavier, além de outras cinco pessoas.

Os dois familiares do presidente, no entanto, se recusaram a comparecer, argumentando que, por não serem funcionários públicos, não têm obrigação de atender a convocação.

A mulher e o filho de Lasso pediram que vá em seu lugar o advogado de ambos, Eduardo Carmigniani, caso a Comissão aceite a substituição.

PANDORA PAPERS.

O presidente do Equador se tornou alvo de investigação após ter o nome mencionado no caso Pandora Papers, que indicam a existência de capital e bens em paraísos fiscais no nome de Lasso desde 2017, quando uma nova lei proibiu essa possibilidade para ocupantes de cargos eletivos.

O chefe de governo repetiu diversas vezes que já se desfez dos ativos após a aprovação da lei, em um referendo realizado neste ano, inclusive, porque pretendia se candidatar à presidência.

Na carta que teve autenticidade confirmada hoje, Lasso garante que toda a renda que possui é está declarada no Equador, onde "pagou todos os impostos de acordo com as leis".

A oposição, no entanto, quer respostas sobre uma possível transferência de bens de Lasso no exterior e, caso isso tenha ocorrido, se foram escolhidos "laranjas" do presidente. EFE