OMS critica restrições contra países da África após detecção da ômicron
"As restrições de viagem podem ter um papel em reduzir levemente a expansão da covid-19, mas impõem uma carga pesada nas vidas e nos meios de vida", indicou o escritório regional da agência da ONU, por meio de comunicado.
"Se são adotadas restrições, não deveriam ser necessariamente invasivas ou intrusivas. E deveriam estar baseadas na ciência, de acordo com as Regulações Internacionais de Saúde, que são de obrigatório cumprimento", aponta a OMS África.
A diretoria do escritório da agência no continente, Matshidiso Moeti, exaltou "a rapidez e a transparência dos governos da África do Sul e de Botsuana", ao informar ao mundo sobre a variante detectada.
"A OMS está com os países africanos que tiveram a coragem de dividir com valentia as informações de saúde pública, que salvam vidas, ajudando a proteger o mundo contra a expansão da covid-19", afirmou a líder regional da organização.
Além disso, cobrou que os países a "respeitar suas obrigações legais e a adotar medidas de saúde pública com base científica", por que é "crucial" que os países que dividem dados recebam apoio".
"Com a variante ômicron já detectada em várias regiões do mundo, colocar o foco das restrições na África ataca a solidariedade global", afirmou Moeti.
A cepa foi detectada na África do Sul, com primeiros casos registrados em Botsuana e Hong Kong. Depois, vieram positivos na Bélgica, Austrália, Holanda, Reino Unido, entre outros.
Com ainda poucos registros de infecção no planeta, a ômicron se caracteriza por apresentar um elevado número de mutações e ainda terá o impacto estudado por especialistas.
A OMS já caracterizou a variante como sendo de risco, o que gera um maior acompanhamento global. Inicialmente, é sugerido que a cepa tenha maior capacidade de transmissão do que outras.
Inúmeros países do mundo, a começar pelos europeus, passando por Estados Unidos, Rússia e Brasil, já anunciaram restrições de voos procedentes de países do sul da África. EFE
nbi-ngp/bg
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