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OMS pede que não haja alarmismo com ômicron nem relaxamento com delta

01/12/2021 21h27

Genebra, 1 dez (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) tentou nesta quarta-feira tranquilizar o mundo sobre o surgimento da variante ômicron, observando que a delta ainda representa mais de 99% dos casos de covid-19 em nível mundial e que as medidas de prevenção contra ambas devem ser reforçadas.

Em assembleia extraordinária para discutir um tratado de preparação para futuras pandemias, especialistas da entidade comentaram que é importante acelerar a vacinação das pessoas que ainda não estão imunizadas.

Sobre a possibilidade de a ômicron ter uma maior capacidade de transmissão ou de causar covid-19 mais grave, os especialistas da OMS disseram que ainda levariam dias para analisar a informação que está sendo coletada nos países onde esta variante foi detectada e para estabelecer as suas características.

"Lembremos que a (variante) delta é dominante, mas quanto mais o vírus circula, mais chances tem de mudar, motivo pelo qual temos de reforçar a vigilância em nível mundial, o sequenciamento genético (do vírus) representativo de todas as partes do mundo", disse a chefe da célula técnica anticovid da OMS, Maria Van Kerkhove.

Esta informação "precisa continuar chegando até nós, sem que os países sejam penalizados por compartilharem informações", acrescentou, observando que África do Sul e Botsuana tiveram as suas ligações aéreas com grande parte do mundo suspensas depois de terem sido as primeiras a denunciar casos da variante ômicron.

Sobre os diferentes cenários que estão sendo esboçados para a nova variante, a especialista afirmou que ainda é cedo demais para tirar conclusões.

"Não temos todos os dados sobre a transmissibilidade, esperamos ter informações sobre isto em questão de dias, não necessariamente de semanas", analisou.

Sobre a severidade, ela disse que há casos conhecidos que vão de leves a graves causados pela variante ômicron, mas que é cedo para ser categórico.

Informações procedentes da África nos últimos dias relatam um aumento das internações, mas Van Kerkhove disse que esta pode ser uma consequência normal do aumento dos casos em geral, e não apenas dos causados pela nova variante.

Foram reportados à OMS casos da variante ômicron em 23 países, um número que provavelmente aumentará, segundo declarou na mesma entrevista coletiva o diretor geral da entidade, Tedros Adhanom.

Sobre a eficácia das vacinas, os especialistas insistiram em encorajar as pessoas que ainda não estão vacinadas e têm acesso a doses a dar este passo, pois se forem infectadas com qualquer variante, as chances de desenvolverem doenças graves e morrerem são significativamente menores do que se não estiverem imunizadas.

"Há muita incerteza sobre a ômicron, mas não há indícios de que a vacina não funcione. Mesmo que haja uma redução na eficácia, ainda é melhor ser vacinado porque pode salvar vidas", disse Van Kerkhove. EFE