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Ministro português entrega cargo por causa de atropelamento com morte

03/12/2021 20h25

Lisboa, 3 dez (EFE).- O ministro de Administração Interna de Portugal, Eduardo Cabrita, anunciou nesta sexta-feira a demissão do cargo, depois que seu motorista foi acusado de homicídio, por negligência no atropelamento de uma pessoa que acabou morrendo, em junho deste ano.

"Não posso permitir que esse aproveitamento político, absolutamente intolerável, seja utilizado para punir a ação do governo, contra o primeiro-ministro ou, inclusive, contra o Partido Socialista", afirmou Cabrita, em entrevista coletiva.

O atropelamento aconteceu no dia 18 de junho, quando o veículo oficial em que viajava o ministro trafegava pela autopista A6, na altura da cidade de Azaruja, a 166 km/h. A vítima foi um homem, de 43 anos, que executava trabalhos de manutenção no acostamento.

Cabrita garantiu que lamenta "mais do que ninguém essa trágica perda irreparável", mas disse que condena no uso político da situação.

O agora ex-ministro disse que decidiu seguir nas funções desde o acidente, devido ao contexto no país, pela pandemia da covid-19 e também em retribuição à solidariedade demonstrada pelo primeiro-ministro, António Costa.

Cabrita, de 59 anos, fazia parte do governo desde 2015, tendo sido, inicialmente, ministro adjunto e, desde 2017, titular da pasta de Administração Interna.

Nos últimos dois anos, ele esteve no centro de vários escândalos, principalmente, pela morte de um cidadão ucraniano causada por três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no aeroporto de Lisboa.

O motorista de Cabrita foi acusado formalmente nesta sexta-feira pelo Ministério Público de homicídio por negligência, já que trafegava em velocidade acima da permitida. EFE