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Biden descarta envio de tropas dos EUA à Ucrania em caso de invasão russa

09/12/2021 01h08

Washington, 8 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descartou nesta quarta-feira o envio de tropas americanas à Ucrânia caso seja invadida pela Rússia, mas advertiu ao mandatário russo, Vladimir Putin, que tal ofensiva teria consequências econômicas "nunca vistas".

"Não está sobre a mesa", disse Biden ao ser questionado por jornalistas na Casa Branca sobre um possível envio de tropas dos EUA ao território ucraniano.

"A ideia de que os Estados Unidos vão usar unilateralmente a força para enfrentar a Rússia se este país invadir a Ucrânia não está sobre a mesa agora", acrescentou o presidente.

Biden recordou que os EUA têm uma "obrigação sagrada" de ajudar militarmente os seus aliados da Otan caso sejam atacados, mas que este compromisso "não se estende" à Ucrânia, que não é membro da aliança.

O que Biden faria no caso de um ataque russo à Ucrânia seria "fornecer (mais) capacidades defensivas aos ucranianos", além de provavelmente "reforçar" a presença dos EUA em países da parte oriental da OTAN, ressaltou.

Os comentários desta quarta-feira foram os primeiros de Biden sobre a reunião virtual de duas horas com Putin ocorrida no dia anterior, focada nos receios ocidentais de que os movimentos das tropas russas na fronteira ucraniana sejam um prelúdio para uma invasão à Ucrânia.

"Fui muito direto (com Putin). Deixei bem claro que se ele invadir a Ucrânia haverá consequências graves, consequências econômicas nunca vistas por ele, ou nunca vistas antes. A resposta imediata foi que ele compreendeu. Estou absolutamente confiante que (Putin) recebeu a mensagem", contou o mandatário americano.

EUA e Ucrânia acreditam que a Rússia prepara uma invasão ao território ucraniano que poderia ocorrer já em 2022, e que por isso mobilizou entre 70 mil e 94 mil tropas russas na fronteira com o país vizinho, de acordo com as estimativas dos serviços secretos dos americanos citadas pela imprensa local.

Esta capacidade militar russa posicionada na fronteira com a Ucrânia é, segundo o Departamento de Estado, "muito maior e a uma escala muito mais letal" do que a que precedeu a invasão da Crimeia em 2014, razão pela qual os EUA advertiram que a sua resposta a um possível ataque será mais agressiva do que há sete anos.

A Casa Branca mencionou até mesmo a possibilidade de a Alemanha suspender a exploração do gasoduto russo Nord Stream 2, que ainda não começou a operar e visa transportar gás da Rússia para o território alemão. EFE