Topo

Esse conteúdo é antigo

Ex-primeira-dama que fez denúncias de corrupção no Peru morre aos 71 anos

09/12/2021 02h23

Lima, 8 dez (EFE).- A ex-primeira-dama do Peru Susana Higuchi, responsável por denunciar casos de corrupção ocorridos no governo do ex-marido Alberto Fujimori, morreu nesta quarta-feira, vítima de um câncer, aos 71 anos.

"Depois de uma luta dura contra o câncer, nossa mãe, Susana Higuchi, acaba de partir para o encontro com Deus. Esteve cercada do amor de nós, seus filhos e netos, até o último momento", escreveu no Twitter a candidata à presidente nas últimas eleições no país, Keiko Fujimori.

Engenheira de profissão e descendente de japoneses, Higuchi veio de família que fez fortuna no setor de serviços automotivos.

Em 1974, se casou com o também engenheiro Alberto Fujimori, com quem teve quatro filhos: Keiko, Hiro, Sachi e Kenji.

Em 1992, dois anos após a primeira eleição do então marido como presidente, Higuchi denunciou que as cunhadas estavam vendendo as doações recebidas do Japão, o que iniciou o afastamento público de do então chefe de governo.

Posteriormente, a primeira-dama garantiu ter sido vítima de torturas cometidas por homens que seriam agentes do serviço de inteligência peruano. Em 1994, assinou o divórcio com o presidente.

Keiko Fujimori, então, assumiu a função de primeira-dama no lugar da mãe, e Higuchi se afastou da filha, a acusando de ignorar as denúncias que fez.

Em 2000, a ex-mulher de Alberto Fujimori foi eleita para o Congresso do país, pelo partido Frente Independente Moralizadora, que fez inúmeras denúncias de corrupção contra o antigo presidente.

Após a queda de Alberto Fujimori, em 2000, Higuchi se exilou no Japão. Posteriormente, foi reeleita deputada pela mesma legenda.

Nos últimos anos, a ex-primeira-dama se reconciliou com a maioria dos filhos, e acompanhou Keiko na campanha presidencial do ano passado, em que Pedro Castillo saiu vencedor.

Semanas atrás, a filha informou que Higuchi estava internada com problemas respiratórios e estava em uma UTI de hospital peruano. EFE