Vladimir Putin defende política externa da Rússia
"A Rússia tem uma política externa pacífica, mas tem o direito de garantir sua segurança, como eu disse, a médio e longo prazo", disse Putin, durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.
Putin considerou "provocativa" a pergunta sobre se a Rússia pretende atacar a Ucrânia, denunciada por Kiev e pelos Estados Unidos, embora tenha insistido que para Moscou a entrada do país vizinho na Aliança Atlântica é "inadmissível".
"Esta é uma questão muito sensível para nós, precisamente a expansão da Otan para o leste, incluindo a Ucrânia. Como podemos não pensar nisso? Seria um crime para nós não reagir e observar o que acontece sem fazer nada", disse.
Sobre a necessidade de garantias de segurança vinculativas, ele disse que falou ontem com o presidente americano, Joe Biden, durante cúpula virtual que durou mais de duas horas.
"Com o presidente (dos Estados Unidos) concordamos que continuaríamos a discussão e o faríamos em profundidade. Em breve trocaremos nossas respectivas posições sobre o assunto. A Rússia preparará seus argumentos em alguns dias e em uma semana encaminharemos para a parte americana", avançou.
Ele revelou que Biden propôs a criação de uma força-tarefa que se dedicará a resolver este problema. "Devo dizer que essa ideia foi formulada pelo presidente dos Estados Unidos e eu a aceitei", disse.
Putin insistiu que cada país "tem o direito de escolher os meios mais aceitáveis para garantir sua própria segurança", mas não pode violar os interesses ou minar a segurança de outros países, "neste caso a Rússia".
"A mesma coisa acontece nas relações entre as pessoas. A liberdade é, sem dúvida, uma condição inerente a cada pessoa concedida por Deus, mas deve ser ilimitada até colidir com a liberdade de outra pessoa", afirmou.
Em relação à Otan, lamentou que o bloco tenha optado por uma política de "confronto" em relação à Rússia, que considera seu "inimigo".
"Não há nada de bom nisso. Não estamos procurando nenhum confronto", destacou.
Putin descreveu a reunião com Biden de "construtiva", que disse ao chefe do Kremlin que os EUA estão dispostos a punir Moscou com fortes medidas econômicas, incluindo a suspensão do gasoduto Nord Stream 2 e o reforço do flanco leste da Otan se este atacar a Ucrânia.
Kiev acusa Rússia de reunir tropas em sua fronteira com o objetivo de invadir seu território no início de 2022, enquanto Moscou denuncia que a Ucrânia mobilizou metade de suas Forças Armadas na linha de separação com as repúblicas pró-russas de Donetsk e Lugansk para atacar o Donbass. EFE
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