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EUA não descartam mobilizar mais soldados para missão no Leste Europeu

25/01/2022 17h53

Washington, 25 jan (EFE).- Os Estados Unidos não descartam preparar mais soldados, além dos 8.500 mobilizados ontem, para um possível deslocamento para o Leste Europeu, caso seja necessário, segundo disse nesta terça-feira o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Kirby salientou que o governo dos EUA não descarta a possibilidade de colocar mais forças em "alerta elevado" nos próximos dias e semanas, em resposta a uma pergunta sobre o assunto durante uma entrevista à emissora de televisão americana "CNN".

Essa medida pode afetar algumas das tropas que os EUA têm destacadas em suas bases em solo europeu. "Eles já estão lá para apoiar nossos aliados no terreno", lembrou Kirby.

Na segunda-feira, o Pentágono elevou seu tom com a Rússia, alertando que colocou 8.500 soldados em "alerta elevado" diante do aumento das tensões na Ucrânia, embora ainda não tenha tomado uma decisão sobre seu deslocamento para o Leste Europeu.

Kirby explicou em entrevista coletiva na segunda-feira que, com esta medida, estas unidades militares, a maioria terrestres, estarão prontas em menos tempo caso a Rússia decida avançar para a Ucrânia.

"Não vamos mobilizá-las agora, não estamos dizendo que a diplomacia está morta", enfatizou Kirby, acrescentando que estar em "alerta máximo" reduz de dez dias para cinco dias o tempo necessário para estarem prontos para o destacamento.

Questionado na "CNN" se esses soldados poderiam ser enviados para outros lugares além do território aliado, Kirby respondeu sem rodeios: "Não, certamente não".

"Nosso interesse é manter a segurança e a estabilidade no continente europeu. Temos dezenas de milhares de forças americanas destacadas, de forma rotativa ou permanente, no continente europeu. A segurança e a estabilidade ali são do nosso próprio interesse de segurança nacional", declarou.

Paralelamente, acrescentou que os EUA enviaram três pacotes de assistência militar à Ucrânia nos últimos dias e que haverá mais para garantir que os ucranianos possam se defender.

Além disso, ressaltou que seu país atualmente tem "um pequeno grupo" de treinadores militares dentro da Ucrânia, que estão lá há meses aconselhando as Forças Armadas ucranianas.

A tensão aumentou nas últimas semanas devido a uma possível invasão ou incursão russa na Ucrânia, depois que Moscou mobilizou cerca de 100.000 soldados na fronteira ucraniana.

O Kremlin insiste que não tem intenção de atacar a Ucrânia e que todos os movimentos de tropas e atividades militares dentro do território russo são um assunto soberano.

Atualmente, mais de 60 caças e caças-bombardeiros russos estão participando de exercícios de lançamento de mísseis no sul da Rússia, na península da Crimeia, anexada em 2014, e nas regiões de Rostov e Krasnodar, perto da Ucrânia, informou hoje o escritório de imprensa do Distrito Militar Russo do Sul. EFE