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Ex-presidente teme que Ucrânia deixe de existir como Estado independente

27.mai.2022 - Imagem capturada a partir de vídeo mostra ataque do exército russo contra área na região de Donetsk, leste da Ucrânia - Ministério da Defesa da Rússia
27.mai.2022 - Imagem capturada a partir de vídeo mostra ataque do exército russo contra área na região de Donetsk, leste da Ucrânia Imagem: Ministério da Defesa da Rússia

27/05/2022 20h51Atualizada em 28/05/2022 10h31

Moscou, 27 maio (EFE).- O ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych, deposto durante os protestos de 2014 e atualmente asilado na Rússia, expressou nesta sexta-feira seu temor de que o país não apenas perca territórios no leste e sul, mas que desapareça como um Estado independente.

"Por mais doloroso que seja escrever, a Ucrânia como Estado está em perigo extremo. Está ameaçada de destruição total. Não se trata apenas do risco de perder grandes territórios no sul e no leste do país", afirmou Yanukovych em suas redes sociais.

O ex-presidente não descartou inclusive que a Ucrânia se fundisse com a Polônia, diante da possibilidade de que seja "economicamente incapaz de defender sua soberania".

"Esse será o resultado do sonho europeu pelo qual o povo ucraniano supostamente saiu às ruas", acrescentou, referindo-se à onda de protestos na Euromaidan, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, que exigiam uma maior integração com a Europa e terminaram com sua deposição.

Além disso, considerou que Kiev terá que se sentar para negociar com Moscou, cujo Exército iniciou sua incursão em território ucraniano no último dia 24 de fevereiro.

"Será forçada pelo Ocidente, incluindo os Estados Unidos. Nada dura para sempre e o fornecimento de armas para a Ucrânia neste caso não é exceção", explicou.

Em sua opinião, os líderes americanos e europeus apoiam um ou outro governo com base exclusivamente em seus interesses, já que o importante é "não perder o voto dos eleitores".

O pró-Rússia Yanukovych foi deposto em 22 de fevereiro de 2014 depois que as forças de segurança dispersaram à força as barricadas e a cidadela construída na Euromaidan (literalmente, Europraça) no centro de Kiev.

Depois de fugir primeiro para sua região natal de Donetsk e, em seguida, para a península da Crimeia, o presidente russo Vladimir Putin deu-lhe asilo na região russa de Rostov.

Posteriormente, a Rússia anexou a Crimeia e promoveu um levante armado na região do Donbas, um conflito latente que Putin usou como desculpa para lançar sua atual intervenção militar na Ucrânia.

Yanukovych, de 71 anos, foi condenado à revelia por um tribunal ucraniano a 13 anos de prisão em 2019 por alta traição e cumplicidade com a agressão militar russa.