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EUA veem manobras da China perto de Taiwan como uma "escalada significativa"

04/08/2022 20h49

Washington, 4 ago (EFE).- Os Estados Unidos veem as manobras chinesas em torno de Taiwan como uma "escalada significativa" de tensão e decidiram manter o porta-aviões USS Ronald Reagan perto da ilha para monitorar o panorama, afirmou nesta quinta-feira o porta-voz da Casa Branca para assuntos estratégicos, John Kirby.

"As ações provocativas de Pequim são uma escalada significativa das ações de longa data do governo chinês para mudar o status quo", disse Kirby.

Na entrevista coletiva diária da Casa Branca, ele explicou que o porta-aviões USS Ronald Reagan e outros navios devem permanecer na região e conduzir operações aéreas e marítimas no estreito de Taiwan durante as próximas semanas.

A fim de não aumentar as tensões, o governo Biden decidiu adiar os testes de rotina com mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) programados para esta semana, mas eles serão realizados dentro de um "curto período de tempo", segundo Kirby.

O porta-voz afirmou que o presidente dos EUA, Joe Biden, tomou esta decisão porque a "temperatura está muito alta" com a China e quer mostrar com "ações o que diz em palavras", ou seja, que não tem intenção de provocar tensões com Pequim e que sua política de quase meio século em relação a Taiwan não mudou.

As manobras militares da China foram realizadas menos de 24 horas após a visita de Nancy Pelosi, integrante do Partido Democrata e presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a Taiwan.

Kirby declarou que Pequim tinha usado a visita de Pelosi para "exagerar" e aumentar as tensões com ações que ele acreditava que continuarão nos próximos dias e semanas.

Os exercícios militares da China, que Taiwan considera uma "violação de seus direitos", levaram ao fechamento do espaço marítimo e aéreo em seis áreas ao redor da ilha, uma delas a cerca de 20 quilômetros da costa de Kaohsiung, a principal cidade do sul.

Além disso, cinco mísseis balísticos chineses caíram em águas pertencentes à zona econômica especial do Japão (ZEE), segundo o governo japonês, que apresentou um protesto formal junto ao governo chinês.

A Casa Branca tem insistido nos últimos dias que os EUA não mudaram sua política em relação a Taiwan apesar da viagem de Pelosi, a primeira feita por um presidente da Câmara dos Representantes à ilha em 25 anos. EFE