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Gaza recupera normalidade após trégua entre Israel e Jihad Islâmica Palestina

08/08/2022 16h36

Gaza, 8 ago (EFE).- Depois de três dias de escalada de tensões, a Faixa de Gaza recuperou gradualmente a normalidade nas primeiras horas de cessar-fogo, com a reabertura de lojas, bancos, escolas e instituições oficiais, enquanto dezenas de pessoas se dirigiram aos hospitais para visitar os feridos pela ofensiva israelense.

Israel e a Jihad Islâmica Palestina (YIP) entraram em acordo ontem por uma trégua, com mediação do Egito, em pacto que vigorou a partir ainda da noite deste domingo.

Dessa forma, foram interrompidos três dias de confronto, em que 44 palestinos morreram dentro da Faixa de Gaza, incluindo 15 crianças, e 360 ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina.

Além dos hospitais lotados por familiares de feridos, grande número de pessoas compareceu aos velórios de alguns dos 44 mortos, especialmente, os dos altos comandantes militares do braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al Quds, Taysir al Yabari e Khaled Mansur.

Ambos morreram em ataques israelenses ocorridos entre sexta-feira e sábado.

Nos três dias de ataques, iniciados por Israel, como uma "ofensiva preventiva" contra a YIP, a milícia palestina alinhada com o Irã lançou cerca de 1,2 mil foguetes em direção à Gaza, sendo que mais de 1.000 cruzaram o território de Israel.A maioria dos artefatos foram interceptados ou caíram em áreas despovoadas, sem causar vítimas.

O movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, de fato, desde 2007, informou que os ataques aéreos israelenses destruíram nove prédios residenciais e provocaram danos em 1,5 mil moradias, além de atingir dezenas de hectares de terra agrícola.

"A agressão israelense produziu uma verdadeira emergência na Faixa de Gaza, em todos os aspectos humanitários e de serviços", denunciou o Hamas, em comunicado, em que pediu "intervenção urgente para satisfazer as necessidades da população e deter a tensão".

Como resultado do acordo de cessar-fogo, que neste momento está sendo respeitado - apesar da Jihad Islâmica ter lançado foguetes poucos minutos após a entrada em vigor -, Israel anunciou hoje que retira todas as restrições de segurança impostas no entorno de Gaza faz uma semana.

Isso inclui a reabertura do cruzamento de Erez, que permite a entrada de ajuda humanitária e da passagem de trabalhadores palestinos.

Israel impôs essas restrições dias antes de começar a "ofensiva preventiva" contra a Jihad Islâmica, em medida adotada após a prisão de um alto membro do grupo, Basem al Sadi, na Cisjordânia ocupada.

A libertação do palestino faz parte do acordo de cessar-fogo alcançado ontem.

Hoje, uma delegação egípcia chegou à Israel, para acompanhar a implementação da trégua e definir os últimos detalhes para a libertação "quase definitiva" de Said e de outro líder da Jihad Islâmica, Khalil al Awada, segundo apurou a Agência Efe. EFE