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Petro afirma que em breve se saberá se diálogos com ELN continuarão em Cuba

08/08/2022 19h42

Bogotá, 8 ago (EFE).- O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reafirmou nesta segunda-feira que retomará as negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e disse que nas próximas semanas se saberá se elas continuarão ocorrendo em Cuba, país onde estão os negociadores da guerrilha.

Em seu primeiro pronunciamento à imprensa depois de tomar posse como presidente, Petro afirmou que retomará as conversas com o ELN do ponto em que pararam quando o governo de Iván Duque as paralisou há quatro anos.

No momento, a tarefa é verificar se os países garantidores do processo, no caso Chile, Equador e Noruega, querem permanecer nessa posição e "revitalizar os protocolos" que foram assinados.

"Nas próximas semanas se saberá se essas conversas continuarão em Cuba", disse Petro, que lembrou que os negociadores do ELN ainda estão na ilha, assim que, se a localização geográfica mudar, "não depende exclusivamente de nós (...), depende das condições de quem quiser negociar conosco".

Petro expressou-se assim em uma entrevista coletiva ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, que, depois que foi divulgado que seu país havia se oferecido para sediar as conversas, ressaltou que, por enquanto, continuará no papel de garantidora.

"Nós, como Estado chileno, declaramos oficialmente ao governo colombiano nossa disposição de colaborar da maneira que o governo colombiano considera que podemos ser de maior utilidade e que, por enquanto, se limita a continuar com o que começou no governo de (Michelle) Bachelet, que é ser um dos países garantidores do processo na medida em que o que foi suspenso seja retomado", declarou Boric.

Cuba ainda não anunciou oficialmente se quer continuar sediando as negociações, já que o fato de ter negociadores do ELN fez com que os Estados Unidos, instados pelo ex-presidente Duque, colocassem o país caribenho em sua lista negra do terrorismo.

O ELN, que tem ganhado força nos últimos anos, já demonstrou em várias declarações, desde a vitória do Petro, que quer voltar à mesa de negociações para buscar a paz.

O governo de Juan Manuel Santos e o ELN iniciaram negociações de paz em Quito em fevereiro de 2017, que foram transferidas para Havana em maio de 2018, onde a última rodada de negociações foi concluída sem avanços no início de agosto daquele ano.

As negociações estão suspensas desde então devido à exigência do governo Duque de que o ELN libertasse todos os reféns que tem em seu poder e renunciasse também a todas as suas atividades criminosas.

Após o ataque contra uma escola de cadetes em Bogotá em 2019 que deixou 22 mortos, o governo colombiano pediu a Cuba que entregasse os negociadores que estão em Havana, mas a ilha invocou protocolos diplomáticos para não atender a esse pedido. EFE