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Ex-diretor financeiro da empresa de Trump se declara culpado de fraude fiscal

18/08/2022 16h45

Nova York, 18 ago (EFE).- Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Trump Organization, se declarou nesta quinta-feira culpado por ter conspirado durante anos com a empresa em um esquema de fraude.

Weisselberg, que trabalhou durante décadas para os negócios do ex-presidente americano e é considerado um de seus mais leais escudeiros, chegou a um acordo com a procuradoria e será condenado a cinco meses de prisão e cinco anos de liberdade condicional, e ao pagamento de quase US$ 2 milhões aos cofres públicos.

Além disso, o executivo se compromete a depor se for solicitado a fazê-lo durante o julgamento de fraude fiscal enfrentado pela empresa de Trump que terá início em 24 de outubro, embora tenha resistido a cooperar com os promotores em outras investigações sobre a companhia.

"Hoje, Allen Weisselberg admitiu em tribunal que usou sua posição na Trump Organization para fraudar os contribuintes e enriquecer", disse o procurador do Distrito de Manhattan, Alvin Bragg, em comunicado, observando que a confissão de culpa "implica diretamente a Trump Organization em uma ampla gama de atividades criminosas".

Bragg disse que o depoimento do ex-diretor financeiro será "inestimável" durante o julgamento contra a empresa e deixou claro que as investigações sobre a Trump Organization e o próprio ex-presidente continuam.

Weisselberg se declarou culpado das 15 acusações contra ele, que incluem crimes de fraude fiscal, conspiração e documentação falsa.

A empresa de Trump e o executivo foram acusados no verão passado de operar um esquema de evasão fiscal por mais de 15 anos, no qual supostamente pagavam aos executivos "por debaixo da mesa", dando a eles uma parte significativa de suas remunerações para que os pagamentos de impostos pudessem ser reduzidos.

A Trump Organization, como reconheceu o ex-diretor financeiro, pagou a esses indivíduos salários mais baixos - reduzindo assim seus impostos sobre a folha de pagamento - ao mesmo tempo em que lhes ofereceu uma compensação paralela que não foi devidamente comunicada às autoridades.

Entre outras coisas, Weisselberg e outros executivos supostamente obtiveram moradia, mensalidades de escolas públicas e pagamentos em dinheiro para cobrir todos os tipos de despesas pessoais.

O ex-CFO admitiu nesta quinta-feira que embolsou mais de US$ 1,7 milhão pelos quais não pagou impostos, como alegaram os promotores.

O caso é o resultado das longas investigações às quais a empresa de Trump foi submetida nos últimos anos, mas o ex-presidente, que tem inúmeras frentes jurídicas abertas tanto para seus negócios quanto para suas ações durante e após seu tempo na Casa Branca, não é acusado.

Em Nova York, Trump encara uma investigação sobre as práticas comerciais de sua empresa, pela qual teve de comparecer neste mês perante a Procuradoria-Geral do Estado, mas se recusou a responder às perguntas. EFE