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Macri acusa Alberto Fernández de violar Constituição após criticar procurador

25/08/2022 20h28

Buenos Aires, 25 ago (EFE).- O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri (2015-2019) acusou nesta quinta-feira o atual mandatário, Alberto Fernández, de "violar" a Constituição, após as críticas feitas na noite de ontem pelo governante contra o procurador que pediu uma sentença de 12 anos de prisão para a vice-presidente, Cristina Kirchner, por supostos crimes de corrupção.

"Essa destruição da palavra presidencial foi muito prejudicial, além de atribuir a si mesmo poderes legais que não tem e violar sistematicamente a Constituição, como fez mais uma vez ontem à noite", afirmou Macri, uma das principais figuras da coalizão opositora Juntos pela Mudança, durante um colóquio na Bolsa de Valores de Córdoba.

Estas declarações chegam depois que Fernández criticou nesta quarta-feira o procurador federal Diego Luciani, que pediu uma sentença de 12 anos de prisão e inabilitação perpétua para cargos públicos de Cristina, no âmbito de um julgamento por supostas irregularidades na adjudicação de obras públicas quando era presidente (2007-2015).

Durante sua participação em um programa de televisão, o atual presidente chegou a comparar a situação de Luciani com a do procurador Alberto Nisman, que foi encontrado morto com um tiro na cabeça em 2015, horas antes de apresentar uma denúncia no Congresso contra Cristina, então chefe de Estado.

"Realmente, encorajar a ideia de que possa acontecer com o procurador Luciani o que aconteceu com Nisman... Vejam, o que aconteceu com o procurador Nisman é que ele se suicidou, até aqui nada mais foi comprovado, espero que não... que não faça algo assim o procurador Luciani", disse Fernández.

Para Macri, as palavras de Fernández fazem parte de um "triste e difícil presente" para a Argentina, um país que tem pela frente "meses com mais inflação, mais insegurança e mais destruição social".

"Estamos diante de um governo sem presidente, sem plano, sem direção, com muita inépcia, muita improvisação (...) Está colapsando uma forma obscura de fazer política, insensata, ditatorial, com ideias anacrónicas", completou o ex-chefe de Estado. EFE