Tem como acabar com a farra dos supersalários?

Levantamento inédito do UOL revela que pelo menos 36 mil funcionários da elite do serviço público receberam, em 2024, supersalários, aqueles que superam o teto constitucional fixado na remuneração de um ministro do STF. E mais: 9 a cada 10 juízes ganharam mais que esse valor. A gastança se estende ao Ministério Público (e a outros setores do funcionalismo). É a primeira reportagem da série Brasil dos Privilégios.
Para colunistas do UOL, esse é um quadro difícil de ser superado. Leonardo Sakamoto, que conversou com magistrados e procuradores a respeito, não chegou a conclusões animadoras sobre como alterar esse quadro no curto prazo. "Por enquanto, seja por medo ou leniência, não são tomadas medidas mais duras para manter os pagamentos dentro do teto. A falta de um comportamento republicano e racional transforma tudo em um grande baile de dissimulação", escreve.
Josias de Souza conclui: "O Brasil da cobertura só costuma se preocupar com o julgamento do próprio espelho. E o espelho sempre tem uma justificativa para qualquer arranjo. Apenas o ronco da rua pode trincar a autoimagem da casta que ordenha o orçamento federal. O excesso de desfaçatez pode estimular a opinião pública a exercer sua importância em toda a plenitude. Depois do Carnaval, claro".
- Leonardo Sakamoto: Supersalários na Justiça são fruto de hipocrisia dos Três Poderes
- Josias de Souza: Só o ronco da rua pode abalar a casta que ordenha o orçamento
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