Mercado fala em queda de dólar, inflação e juros após tarifaço
03/04/2025 21h23
Com muito cuidado ("um adulto razoável teria receio de dar até um vago chute informado"), Vinicius Torres Freire avalia teses que circulam na praça um dia depois do tarifaço dos EUA. Resumindo: há quem trabalhe com a hipótese de dólar, inflação e juros mais baixos. O colunista aponta diversas condições para que isso aconteça e alguns efeitos que talvez não sejam tão bons. Exemplo: "Haveria baixa de preços por causa do excesso de oferta dos centros industriais do mundo (China e cercanias, parte da Europa). Seria bom se for ruim: haveria invasão de produtos asiáticos sem destino, de 'brusinhas' a manufaturados complexos. A indústria brasileira apanharia —já procura o governo para falar a respeito".
Hélio Schwartsman pergunta: "Como reagir ao tarifaço?". Tendemos a querer responder na mesma moeda, mas talvez essa não seja a melhor solução. O governo brasileiro, aliás, não deu sinais de que optará por esse caminho.
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O melhor caminho parece ser o traçado por José Paulo Kupfer: aproveitar o momento para abrir e intensificar outras rotas de comércio e também revisar a estrutura tarifária nacional, que carrega distorções. "Há muito a limpar nesse campo em termos de proteção indevida a setores menos eficientes, mas com poder de influência política".
- Vinicius Torres Freire: Dólar e inflação podem baixar com invasão chinesa e fraqueza americana: é bom?
- Hélio Schwartsman: Como reagir ao tarifaço de Trump?
- José Paulo Kupfer: Menos ferido por Trump, Brasil deveria aproveitar para abrir novos mercados