Ministro Juscelino Filho entrega o cargo após ser denunciado pela PGR

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, pediu demissão ontem após a Procuradoria-Geral da República denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e organização criminosa quando ele exercia o cargo de deputado. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou que o presidente Lula pediu a ele que entregasse o cargo para "cuidar de sua defesa". Juscelino divulgou a decisão no início da noite, em uma carta. "Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando", escreveu. Juscelino Filho teria desviado verbas públicas para Vitorino Freire (MA), município do qual sua irmã era prefeita, e também teria recebido propina por meio de empresas de fachada. Saiba mais.

Com queda de Juscelino, Lula deve retomar reforma ministerial. Aliados do presidente apostam que ele se reúna com dirigentes partidários e integrantes da cúpula do Congresso para costurar mudanças na equipe. São esperadas conversas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre a partir desta quinta, quando Lula retorna de viagem a Honduras. Segundo reportagem da Folha, entre interlocutores do presidente, há uma expectativa de que ele dê início à articulação com partidos da base. Até então, as trocas vinham ocorrendo entre petistas ou na sua cota pessoal. Uma das apostas é a nomeação de um integrante do PSD para o comando do Ministério do Turismo. Veja outras possíveis mudanças no alto escalão.

EUA anunciam tarifa adicional de 50% em retaliação à China. O governo de Donald Trump confirmou sua promessa de retaliar a China, que impôs tarifas a produtos americanos em resposta ao tarifaço, e anunciou ontem uma nova taxa de 50% em cima das outras já impostas anteriormente. Com isso, os produtos chineses podem receber uma tarifa de até 104% para entrarem nos EUA. "Foi um erro a China retaliar. Quando a América é atingida, os EUA revidam com mais força. É por isso que teremos as tarifas de 104% entrando em vigor ainda nesta noite", disse Karoline Leavitt, porta-voz do presidente. A nova taxação vai elevar ainda mais a turbulência causada pela guerra comercial, e analistas apontam que o Brasil sofrerá com os efeitos do aumento, como a subida do dólar, que chegou a R$ 6 ontem. Análise de especialistas ouvidos pelo UOL é de que os exportadores brasileiros podem ganhar espaço no cenário internacional, desde que a logística interna seja eficaz e mantida a estabilidade institucional. Leia o que eles disseram.

Dólar volta a ser negociado a R$ 6 pela 1ª vez desde o início do ano. A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 5,996, marcando a alta de quase R$ 0,40 em apenas quatro dias de negociação. No dia 3 de abril, a moeda havia fechado em R$ 5,629, menor valor de 2025. O motivo da disparada ainda é o anúncio do tarifaço dos Estados Unidos. Nas sessão de ontem, a oscilação foi reflexo direto da guerra comercial entre EUA e China, após a Casa Branca confirmar que as tarifas de 104% sobre produtos chineses começarão a valer hoje. Em Wall Street, os índices, que marcaram mais de 3% de alta antes da confirmação da Casa Branca, derreteram mais uma vez. O S&P500 perdeu 1,57%, o Nasdaq Composite, 2,15%, e o Dow Jones, 0,84%.

Lewandowski entrega PEC da Segurança ao Congresso Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se reuniu ontem com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para entregar aos líderes da Casa a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública. O ministro quis detalhar o texto aos parlamentares para que eles possam sugerir ajustes antes de enviar para tramitação, para tentar, assim, garantir a aprovação do projeto. Motta disse que vai dar prioridade à discussão do texto, analisar e propor mudanças necessárias porque "o Brasil tem pressa em avançar com essa pauta". Após passar pelas comissões, a proposta precisa de 3/5 dos votos em cada Casa, em dois turnos, para ser aprovada. Na Câmara, são 308 dos 513 deputados. No Senado, são 54 dos 81 senadores.

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