Sob a terra, no tatuzão

Para quem se sente claustrofóbico até dentro de um elevador, não há profissão menos indicada que dirigir um tatuzão para abrir buracos sob a terra nas obras do Metrô de São Paulo. Mas o UOL encarou esse desafio, em reportagem de Lorena Barros, para poder contar a sensação de estar dentro de um desses veículos subterrâneos.

"Andei pela máquina, batizada de Cora Coralina, pouco antes da chegada dela à estação Orfanato (linha Verde), no bairro da Vila Prudente. Por lá, o túnel é escavado a 36 metros de profundidade, com uma velocidade média de 4 centímetros por minuto, quase 20 vezes mais lento que a tartaruga-comum", conta a repórter.

Primeiro, foi preciso descer por elevador uma altura equivalente a 12 andares de um prédio e caminhar cerca de 800 metros para chegar ao tatuzão, uma máquina do tamanho de um quarteirão (de ponta a ponta, tem 91 metros).

As sensações descritas são de calor (cerca de 30°C constantes), muito barulho (tampões de ouvido são obrigatórios) e muita tremedeira causada pela ação de perfuração da terra promovida pela tuneladora (o nome verdadeiro do tatuzão),

À medida que o tatuzão vai abrindo espaço, também aplica anéis de concreto para impedir que a terra acima desmorone. Já a terra escavada é descartada através de uma esteira.

Cada tatuzão tem vida curta porque é montado especificamente para uma determinada obra. O destino pode ser ficar definitivamente no fim do túnel que escavou ou ser desmontado e ter suas peças reaproveitadas em outra obra.

Esta newsletter ficou sem fôlego e quase teve crise de ansiedade com o relato. Se você quiser saber como é estar dentro de um tatuzão sem precisar passar por isso, veja o vídeo e o texto completo no UOL.

Patrimônio da cidade

Brigando com a história

Restaram na cidade de São Paulo cerca de cinco mil ruas de paralelepípedos
Restaram na cidade de São Paulo cerca de cinco mil ruas de paralelepípedos Imagem: Eduarda Esteves/UOL
Continua após a publicidade

São Paulo é uma cidade que, às vezes, parece brigar com a própria história, com degradação, demolição, falta de conservação e até asfaltamentos que deterioram ou eliminam construções antigas. Em outras vezes, é mais bondosa e preserva o que restou do passado.

Um caso atual é o da luta de um grupo organizado de moradores para que a Prefeitura deixe de asfaltar as cerca de 5.000 ruas de paralelepípedos que resistem na cidade, como informa reportagem do UOL.

O grupo Paralelepípedo Vivo, atuante desde 2012, defende que manter o calçamento original preserva as características culturais dos bairros, reduz a velocidade dos veículos e contribui para o escoamento adequado da água da chuva.

A batalha é para manter o calçamento original de ruas em bairros como Vila Madalena, Jardins, Brooklin, Vila Mariana, Mooca e Sumaré. Os paralelepípedos mais antigos da capital datam de 1856. Leia reportagem completa.

Casa do século 19 ficou esmagada pela nova configuração da cidade
Casa do século 19 ficou esmagada pela nova configuração da cidade Imagem: Reprodução/Entre Nuvens

Outro símbolo de resistência histórica é a última casa que sobrou em pé na avenida São João (região central). Acanhado entre tantos prédios altos que foram erguidos à sua volta, o pequeno sobrado hoje funciona como hospedaria para homens.

Continua após a publicidade

O responsável pela construção foi um imigrante italiano chamado Savério Ferrara, que comprou o terreno em 1897 e ergueu a casa para morar nela até sua morte, depois de deixá-la cheia de vida com muitos familiares e mesa sempre farta.

"Eu gostava muito de bicicleta, andava muito pela São João. Eu amava! Não era essa loucura de hoje", disse ao UOL Rita Ferrara, 83 anos, neta de Savério. Leia matéria completa e veja imagens de hoje e da época.

Enquanto isso, os vereadores de São Paulo não parecem muito interessados em que o patrimônio arquitetônico histórico da cidade seja visto. Tramita na Câmara um projeto para alterar regras da Lei Cidade Limpa.

E uma das principais mudanças permite que outdoors passem a esconder a vista de patrimônios culturais. Monumentos como o Theatro Municipal e a Catedral da Sé poderão ficar até 70% encobertos por publicidades instaladas próximas aos pontos. O texto atual da lei proíbe anúncios que cubram locais chamados de "bens de valor cultural". Leia matéria do UOL.

Entretenimento

Tudo pelo ibope

Continua após a publicidade

São Paulo tem de tudo em suas ruas. Pedintes, artistas circenses, homens-placa e agora também artistas tentando arrecadar audiência para novelas da Globo.

No sábado (24), a emissora enviou dois atores de "Vale Tudo" para interagir com o público paulistano na esperança de reverter a baixa audiência da atual novela das nove.

A atriz Malu Galli, que interpreta a personagem Tia Celina, circulou pelo bairro da Liberdade para conversar com as pessoas. O ator Renato Góes, que faz Ivan na trama, fez o mesmo na avenida Paulista.

Ainda não há índices de audiência que reflitam se essa estratégia deu algum resultado. Leia matéria da Folha.

No Instagram, ficam mandando a gente para clínicas psiquiátricas.

Andréa Janaína Mariano, 51 anos, organizadora do encontro de mães de bebês reborn no Parque Villa Lobos, que aconteceu no sábado (24) e reuniu cerca de 50 "progenitoras".

USP
Continua após a publicidade

Astrologia cancelada

Um mapa astrológico
Um mapa astrológico Imagem: Canva

A Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo) viu-se obrigada a proibir um evento marcado para 6/6 que trataria de... astrologia!

A aula aberta "Astrologia e Desenvolvimento Humano" começou a ser divulgada em redes sociais na quarta-feira passada (21) e seria ministrada pelos astrólogos Oscar Quiroga e Renata Godoy. No dia seguinte, após muita repercussão negativa, os posts foram removidos, e o evento cancelado.

Em nota à Folha, a direção da Escola de Enfermagem disse que "não promoveu, nem promove eventos ou aulas com foco em astrologia e não reconhece essa temática como pertinente à formação em saúde."

A astrologia é considerada uma pseudociência. Ou seja, apesar de ser apresentada como um campo de estudo com aparência científica, já foi comprovada como falsa pela ciência. Leia reportagem da Folha.

Continua após a publicidade
Evento cultural

20 anos da Virada

Público acompanha show de Liniker na Virada Cultural
Público acompanha show de Liniker na Virada Cultural Imagem: Marcelo Justo/UOL

A Virada Cultural chegou aos seus 20 anos de existência com mais uma edição no sábado (24) e no domingo (25), tentando recuperar o prestígio e o engajamento da população que ocorria em seus primeiros tempos e andou em baixa recentemente.

A Folha de S. Paulo fez uma análise crítica desta edição e considerou o saldo artístico favorável. Leia análise.

Dias antes do evento, Alê Youssef, colunista do UOL e ex-secretário da Cultura de São Paulo (e ex-curador da Virada), fez um balanço sobre as expectativas e os problemas da edição deste ano. Clique aqui para ler a coluna.

Continua após a publicidade
Comunidades

R$ 3 bi para Paraisópolis

A coluna de Marco Antônio Sabino no UOL noticiou um investimento de quase R$ 3 bilhões (mais exatamente R$ 2,8 bilhões em quatro anos) na comunidade de Paraisópolis (zona sul), como uma extensão da Operação Urbana Faria Lima, da prefeitura.

No ano passado, a Câmara Municipal aprovou uma lei autorizando a prefeitura a usar parte dos recursos da Operação Faria Lima para melhorias de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro, todas na mesma região.

O programa já começou e está dividido em 4 frentes: Infraestrutura, Habitação, Equipamentos e Meio Ambiente. A primeira previsão é a troca do calçamento de ruas e calçadas novas, mas vem muito mais coisa por aí. Leia coluna completa no UOL.

Gastronomia
Continua após a publicidade

Fetiche por filas

Fila para entrar n
Fila para entrar n Imagem: Reinaldo Canato/UOL

"O mistério é: por que cargas d'água o paulistano tem esta relação amorosa com as filas em restaurantes?", indaga, com bom humor, Josimar Melo em sua coluna de gastronomia no UOL.

A partir de uma experiência própria na pizzaria Speranza, no Bixiga (região central), em que uma espera prometida de dez minutos virou mais de 40 minutos de fila, Josimar escreveu sobre esse "fetiche" do paulistano.

"Parece que isto não é um incômodo geral, é somente meu. Você passa em frente ao Le Jazz, ao Z Deli e ao A Casa do Porco e está todo mundo feliz esperando, na chuva ou no sol", brinca o crítico.

Leia aqui a coluna completa de Josimar Melo. É bem divertida. Vale a pena.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.