Ataque como o de Israel fere direito internacional, mas não é inédito

Israel sofreu retaliação do Irã hoje, com mísseis caindo sobre Tel Aviv e deixando feridos. Os ataques israelenses de ontem, por sua vez, mataram mais de 70 pessoas, segundo Teerã, destruíram instalações nucleares e dizimaram o alto comando militar do país.
O regime dos aiatolás vinha acelerando o seu programa nuclear, algo muito difícil para Israel aceitar. Mesmo assim, um ataque preventivo não tem guarida na Carta da ONU, lembra, na Folha, João Paulo Charleax: "Essa é uma doutrina criada pelo presidente americano George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001. Foi evocada para embasar uma agressão ao Iraque, sob justificativa de impedir que o então presidente Saddam Hussein atacasse os EUA com armas de destruição em massa. Essas armas nunca existiram, mas o Iraque foi atacado, e Saddam Hussein foi "enforcado preventivamente".
Hélio Schwartsman lembra as motivações políticas de Netanyahu para atacar o Irã neste momento -semelhantes às que motivaram a conduta militar do país em Gaza após o ataque do Hamas. "Se Israel fizesse eleições hoje, o partido de Netanyahu perderia. Se tiver uma derrota do Irã para exibir na campanha, esse quadro pode se reverter", argumenta. "Para Netanyahu, permanecer no poder é questão existencial. Fora do posto, ele voltaria a enfrentar processos judiciais que podem pô-lo na cadeia".
- João Paulo Charleaux: Sem amparo legal, 'ataque preventivo' de Israel contra Irã configura agressão
- Hélio Schwartsman: Netanyahu age com um olho na geopolítica e outro em vantagens eleitorais
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