Regulamentar IA é fundamental para proteger a democracia, diz especialista

A professora Dora Kaufman, especialista em inteligência artificial, afirmou que a regulamentação da IA é "fundamental" para preservar a democracia. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, a pesquisadora explicou que regulamentar essa tecnologia não significa cercear a liberdade de expressão, mas, sim, torná-la mais confiável e segura ao usuário.

Dora destacou que a IA representa um risco à democracia. "É uma tecnologia que aprende a partir de dados, é um sistema treinado com dados já impactados por distorções e o maior impacto dessa distorção é sobre a democracia mesmo, porque gera um ambiente de não confiança, e um dos pilares da democracia é a confiança. Nesse ambiente, você já não sabe mais se aquela informação é verdadeira ou não. E essa é uma questão que passa por regulamentação das redes sociais, da IA. Como viver numa sociedade em que não se sabe mais se a informação é verdadeira ou não? É bem complexo, por isso precisa ter regulamentação".

Ela ponderou que todo produto e serviço antes de ser disponibilizado ao consumidor demanda aprovação prévia de órgãos reguladores para garantir sua segurança ao usuário, e não pode ser diferente com a IA. "Nós vivemos em um ambiente regulamentado. Você não lança um produto, serviço, remédio, se não passar por prévia aprovação para proteger a sociedade. Uma tecnologia com impacto tão grande precisa ter regulamentação. Tem que ter regras de como vai funcionar para o desenvolvedor, o distribuidor e o usuário. É importante e fundamental existir regras".

A especialista reforçou ainda a necessidade de curadoria por parte do usuário, de buscar sempre fontes confiáveis e com credibilidade. "Internet é um meio monumental. Eu acesso [as redes], mas busco jornais, veículos de mídia que dou credibilidade, pessoas que eu sei quem são, que são sérias. O uso da internet depende de quem você busca como referência. É um meio que permite fazer curadoria. Nem tudo que está ali na internet é verdadeiro".

'Quando não acha a resposta, inventa'

Kaufman explicou que a IA "inventa" a resposta a partir de um padrão e que, quanto mais popular for o tema pesquisado, maior a chance de o resultado apresentado ser verídico. "Quando a IA não acha a resposta, ele inventa aleatoriamente, mas segue um padrão. Por exemplo: se fizer uma pesquisa sobre uma grande personalidade, como o papa, ela terá resposta mais assertiva, porque depende do volume de informação da pessoa na internet para fazer a correlação".

Especialista explica relação entre IA e meio ambiente

Kaufman apontou que a relação entre IA é meio ambiente é "paradoxal". "A IA ajuda no enfrentamento das mudanças climáticas, por exemplo, ao propiciar uma técnica de modelo estatístico capaz de lidar com grande volume de dados que ajuda os especialistas a fazerem projeções mais assertivas e essas projeções otimizam o tempo para executar uma tarefa, o que é benéfico para o meio ambiente. Porém, seu uso demanda alto gasto de energia e de água potável para não danificar os equipamentos, com impacto negativo no meio ambiente".

Alt Tabet

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