Sucessão de Hugo Chávez

Comissão parlamentar venezuelana vai investigar Capriles

Deisy Buitrago e Marianna Parraga

Em Caracas

O líder de oposição venezuelano Henrique Capriles será investigado por uma comissão parlamentar formada nesta quarta-feira (24) em meio a duras denúncias de membros do governo, que chamaram o ex-candidato presidencial de "assassino" por convocar protestos depois do apertado resultado da eleição deste mês.

Capriles, governador do Estado de Miranda, perdeu a eleição para Nicolás Maduro por menos de 2 pontos percentuais, mas a oposição alegou fraude e solicitou uma recontagem completa dos votos, em meio a violentos protestos que, segundo o governo, deixaram nove mortos e quase 80 feridos.

"Ontem uma menina de 11 anos morreu, mais outro morto do fascismo que carrega o assassino Henrique Capriles Randoski, e que mais cedo do que tarde terá de pagar por esses crimes. Não é assim que na democracia se dirimem nossas diferenças", disse o deputado Pedro Carreño, presidente da comissão.

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Mas a oposição nega que as mortes e danos ao patrimônio público tenham sido resultantes dos protestos, e apresentou testemunhos de alguns familiares que contradizem a versão oficial.

Pelo Twitter, Capriles convocou uma nova mobilização nacional em 1º de maio. Minutos depois, Maduro fez a mesma coisa, o que gera a preocupação de que os grupos rivais protagonizem novos incidentes violentos nessa data.

A primeira reunião da comissão parlamentar, formada exclusivamente por deputados governistas, será na segunda-feira. A investigação poderá ser levada ao Ministério Público com um pedido de abertura de processo judicial.

"Não podem ficar impunes as mortes ordenadas pelo fascista assassino Capriles. As investigações estão adiantadas, doa a quem doer", escreveu no Twitter o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

A ministra de Assuntos Penitenciário, Iris Varela, disse que "prepara uma cela" para Capriles. "Eu garanto a você que na prisão ninguém lhe tocará... você tem de pagar por seus crimes", disse.

Capriles já esteve preso por vários meses em 2004, por causa de um confuso incidente na embaixada cubana em Caracas, durante o breve golpe de Estado de 2002 contra o falecido presidente Hugo Chávez.

Respondendo a Varela, o prefeito oposicionista de Caracas, Antonio Ledezma, disse que "terão de preparar todos os estádios de futebol e beisebol da Venezuela e transformá-los em campos de concentração, porque vão precisar prender milhões de venezuelanos que vão se solidarizar com Capriles". (Reportagem adicional de Diego Oré)

 

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