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Jeb Bush diz que papa deve ficar longe do tema de mudanças climáticas

Steve Holland e Amanda Becker

Em Derry e Washington

16/06/2015 20h09

Em seu primeiro dia oficial de campanha presidencial nesta terça-feira (16), o republicano Jeb Bush, um católico, fez duras críticas à decisão do papa Francisco de entrar no debate sobre mudanças climáticas, dizendo que o pontífice deve ficar distante de questões políticas.

Jeb, que estava num evento no Estado norte-americano de New Hampshire um dia após formalmente ter anunciado sua pré-candidatura para a eleição presidencial de 2016, afirmou estar ansioso para ler a encíclica sobre mudanças climáticas que o Vaticano deve divulgar na quinta-feira, mas acrescentou que vai olhar para o documento com um pouco de receio, mesmo após ter chamado Francisco de líder extraordinário.

"Espero não ser castigado, por meu padre lá em casa, por dizer isso", disse Jeb. "Mas eu não obtenho minha política econômica com meus bispos, meus cardeais ou meu papa."

Jeb, um ex-governador da Flórida que se converteu ao catolicismo há 25 anos, disse que religião "deve ser mais para nos fazer melhor como pessoas, e menos sobre coisas que acabam entrando no reino político".

Francisco, de acordo uma versão preliminar de sua encíclica vazada para a imprensa, diz que o mundo pode ver a destruição de ecossistemas inteiros neste século caso não haja ação urgente sobre mudanças climáticas.

Na versão italiana do documento de 192 páginas, publicada na segunda-feira pelo semanário "L'Espresso", o papa novamente apoia cientistas que dizem que o aquecimento global é causado principalmente pelo homem e diz que os países desenvolvidos têm uma responsabilidade especial para conter uma tendência que irá prejudicar mais os pobres. (Reportagem adicional de Timothy Gardner, em Washington)