Ações chinesas atingem mínimas de 14 meses após vendas generalizadas

Por Samuel Shen e Pete Sweeney

XANGAI (Reuters) - As ações chinesas despencaram mais de 6 por cento e atingiram mínimas de 14 meses nesta terça-feira, com uma nova queda dos preços do petróleo reacendendo preocupações com o crescimento global e provocando vendas generalizadas nos mercados acionários mundiais.

Pressionado por um frenesi de vendas no fim da sessão, o índice de Xangai despencou 6,38 por cento, a 2.751 pontos, seu menor nível de fechamento desde 1º de dezembro de 2014.

O índice CSI300, das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, tombou 6,02 por cento a 2.940 pontos, também o menor nível desde o começo de dezembro de 2014.

Após uma recuperação na sexta-feira e no começo da sessão de segunda-feira, os preços do petróleo voltaram para baixo de 30 dólares o barril, não muito longe da mínima de 12 anos alcançada na semana passada, interrompendo dois dias de ganhos das ações de Wall Street.

Os instáveis mercados acionários chineses já tiveram desvalorização de 22 por cento até o momento neste ano, com preocupações sobre a desaceleração econômica e confusão sobre a política cambial do banco central.

Muitos investidores perderam o apetite pelo mercado após os movimentos do ano passado, quando as ações despencaram 40 por cento. Pequim interveio para limitar a deterioração e orquestrou uma recuperação, mas qualquer um que tenha confundido aquilo com uma mínima e voltado ao mercado terá perdido tudo em janeiro novamente.

"Temos visto outra debandada provocada por pânico", disse Yang Hai, analista do Kaiyuan Securities. "Não há boas notícias à vista, e investidores estão sendo afetados pelo humor global de aversão ao risco."

O chefe da Agência Nacional de Estatísticas, Wang Baoan, deu um voto de confiança solitário ao mercado, enquanto tentava garantir aos investidores que a volatilidade terá um impacto limitado sobre a economia real.

Wang também reiterou a linha de Pequim de que não há base para mais depreciação do iuan, dados os fundamentos econômicos da China. "A economia da China será sustentada pela urbanização, consumo e outros fatores positivos", disse.

Mesmo assim, os investidores continuam cautelosos com mais fraqueza do iuan, apesar de o banco central chinês manter a taxa referencial diária da moeda pouco alterada desde a reação baixista do mercado à depreciação do começo de janeiro.

(Reportagem adicional por Nathaniel Taplin)

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos