Egito pede extradição de sequestrador de avião que queria ver ex-mulher
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George Michael/AFP
Algemado, o egípcio Seif al-Din Mohamed Mostafa faz o sinal da vitória ao deixar tribunal em Larnaca, no Chipre
O Egito pediu nesta quarta-feira (30) a extradição do homem que sequestrou um avião da EgyptAir e fez com que fosse desviado para o aeroporto de Larnaca, no Chipre, na terça-feira.
Em declarações à polícia, o egípcio Seif Eldin Mustafa, 58, afirmou que sua ação foi motivada pelo desejo de ver a ex-mulher e seus filhos, de quem estava afastado havia 24 anos.
Mustafa se rendeu após assumir o comando da aeronave, que voava de Alexandria para o Cairo com 72 passageiros e tripulantes.
Nesta quarta, um tribunal de Larnaca ordenou que ele seja mantido sob custódia durante oito dias sob acusação de sequestro, ameaça de violência, delitos relacionados a terrorismo e duas acusações relacionadas à posse de explosivos.
Essas últimas acusações têm relação com a afirmação do acusado de estar levando explosivos, embora se acredite que o cinturão que ele usava não era verdadeiro, disse uma fonte da polícia à Reuters.
Enquanto saía da corte em um carro da polícia, Mustafa esticou a mão para fora da janela e fez um 'V' de vitória.
Mustafa sequestrou a aeronave na manhã de terça-feira exibindo o que parecia ser um cinturão recheado de fios plásticos e um controle remoto, direcionando o avião para a ilha turística onde pediu a libertação de 63 mulheres presas no Egito e para entrar em contato com sua ex-esposa cipriota.
"Quando alguém fica sem ver sua família durante 24 anos e quer ver sua esposa e seus filhos, e o governo egípcio não o permite, o que deve fazer?", disse ele à polícia do Chipre em um comunicado.
Não foram revelados detalhes de seu suposto problema. Todos os reféns foram libertados sem ferimentos após um impasse de seis horas.
O acusado sequestrou o avião 15 minutos após a decolagem de Alexandria.
Ele se aproximou de um comissário de bordo e exibiu o cinturão, ligado a controle remoto em sua mão, disse o investigador Andreas Lambrianou ao tribunal.
"O acusado pediu aos passageiros e à tripulação que entregassem seus passaportes, depois entregou duas mensagens a um membro da tripulação, pedindo que o piloto fosse informado de que ele era um sequestrador e que queria pousar em um aeroporto da Turquia, Grécia ou Chipre, mas de preferência no Chipre", relatou Lambrianou.