Crise política atrapalha leilão da Celg-D; preço de venda deve ser revisto
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A turbulência política no Brasil está atrapalhando a divulgação de edital para venda da distribuidora de energia Celg-D, mas leilão não corre risco, afirmou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, nesta quarta-feira.
Ainda que tenha afirmado que o leilão não está ameaçado, ele disse que o governo avalia rever o preço inicial da licitação.
"Estamos passando por um momento complicado, todos sabem o que acontece no país. Não é nenhuma restrição ao leilão, mas no momento a grande concetração (do governo) é na questão política, e isso foi o que acabou atrapalhando", afirmou Barata a jornalistas, após evento da FGV Energia, no Rio de Janeiro.
"A questão política atrapalha o trâmite e, consequentemente, a realização do leilão", afirmou ele.
O leilão da controlada da Eletrobras estava previsto inicialmente para março, mas foi adiado.
O preço mínimo estabelecido havia sido de cerca de 2,8 bilhões de reais, correspondente à fatia majoritária da Eletrobras na empresa e mais parcelas minoritárias do governo de Goiás e de funcionários da concessionária. Incluindo dívidas, assumidas pelo comprador, o negócio poderia atingir um total de 5,2 bilhões de reais.
Ao ser questionado sobre o valor inicial estabelecido para a Celg-D no leilão, considerado elevado pelo mercado, Barata afirmou que "provavelmente o preço vai ser revisto".
"Quando acontecer, vai ser com outro preço", disse ele, evitando afirmar se o valor vai ser reduzido.
(Por Rodrigo Viga Gaier)