Klabin prevê aprovar projeto de máquina de papelcartão
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Klabin, Fabio Schvartsman, quer que a empresa vá adiante com o projeto de uma nova máquina de papelcartão independente da alavancagem, e pretende levar a questão para o Conselho de Administração até o fim do semestre.
Segundo ele, os estudos de engenharia da máquina devem ser entregues no próximo mês e as negociações com clientes estão em fase final.
"As razões (para o projeto) são mais profundas que a questão da alavancagem... Estão relacionadas à volatilidade do preço da celulose, que alavanca a rentabilidade da operação de cartão", disse Schvartsman nesta sexta-feira em teleconferência com analistas.
"Há alguns mercados com forte crescimento que têm expectativa de que a Klabin os atenda", complementou.
A Klabin anunciou em 2015 estudos para a nova máquina de papel, de número 10, voltada para a exportação de papelcartão a partir de 2018. Além disso, dependendo do sucesso dessa máquina, uma outra de número 11 seria avaliada.
A empresa encerrou o primeiro trimestre com alavancagem medida pela relação do endividamento líquido sobre Ebitda de 5,9 vezes, contra 6,3 vezes no final do ano passado.
Ainda serão desembolsados mais 1 bilhão de reais para o Projeto Puma, da nova fábrica de celulose no Paraná, até o terceiro trimestre, liquidando os pagamentos, disseram executivos da empresa. Com a geração de caixa proveniente do início do projeto, a expectativa é reduzir a alavancagem.
A fábrica, destinada a produção de celulose de fibra curta, fibra longa e fluff, para absorventes e fraldas, começou a operar em março.
A Klabin espera atingir a capacidade nominal mensal de produção da nova fábrica no terceiro trimestre, sendo 1,1 milhão de toneladas anuais de fibra curta e 400 mil de celulose de fibra longa, convertida em fluff.
O diretor comercial da nova fábrica, José Soares, disse que, da produção de fibra longa, a empresa espera atingir neste ano 50 por cento em fibra longa em fardos e 50 por cento em fluff.
Nos primeiros meses, a taxa será de 60 por cento para a celulose em fardos e 40 por cento para o fluff, devido à demora maior para homologar o fluff com clientes. Em 2017, a companhia avalia que pode chegar a 70 por cento do volume em fluff e 30 por cento em fardos.
Quanto às vendas do fluff, 70 por cento da produção deste ano deve ser destinada ao mercado doméstico, disse o executivo.
(Por Priscila Jordão)