Greves na França podem impulsionar lucros de outros países com vendas de diesel
LONDRES (Reuters) - Refinarias europeias fora da França e operadores do mercado de petróleo estão se preparando para lucrar com uma inesperada demanda por diesel criada pelas greves na França, que bloquearam terminais de petróleo e fecharam refinarias.
A França está utilizando diesel e outros combustíveis de estoques privados e estratégicos, conforme quatro de cinco refinarias da Total estão fechadas e a produção restante está sob ameaça, com trabalhadores bloqueando as importações de petróleo.
Operadores e analistas dizem que a Eurocopa de 2016, que acontece na França no próximo mês e deve atrair mais de um milhão de visitantes estrangeiros, irá impulsionar o consumo e intensificar a necessidade de o segundo maior consumidor de derivados de petróleo da Europa importar diesel.
A consultoria FGE Energy estima que o fluxo de visitantes e suas viagens dentro do país irão elevar em cerca de 50 mil barris por dia (bpd) o consumo de diesel, que é utilizado em carros, trens e geradores.
"Assim que as greves acabem... eles irão importar como loucos", disse o chefe de refino da FGE, Steve Sawyer.
"Se a greve acabasse amanhã, e as refinarias corressem para retomar a produção rapidamente, nós estimamos que as importações líquidas de derivados de petróleo iriam ter que subir para 700 mil bpd por um mês para recompor os estoques", disse o diretor da PetroMatrix, Olivier Jakob.
"Mais 10 dias de greves e a França irá ter que manter 700 mil bpd de importações por dois meses".
A média de importações da França em maio e junho do ano passado foi de 390 mil bpd.
(Por Libby George; reportagem adicional de Amanda Cooper)