Mudança no comando da Usiminas acelera busca por divisão da empresa, diz fonte

SÃO PAULO (Reuters) - A troca no comando da Usiminas decidida na semana passada em uma contestada reunião do Conselho de Administração acelera os planos para a divisão da produtora de aços planos entre os sócios controladores Nippon Steel e Techint, afirmou uma fonte próxima do grupo japonês nesta terça-feira.

Negociações oficiais para a divisão da Usiminas, em que as instalações da empresa em Minas Gerais ficariam com a Nippon Steel e a usina em São Paulo ficaria com a Techint, porém, ainda não foram iniciadas, afirmou a fonte.

A possibilidade foi aventada mais cedo neste ano, em meio às negociações da siderúrgica para reestruturar seu endividamento junto a bancos. Mas conforme a briga entre os dois controladores da empresa pelo comando da companhia continua sem sinais de recuo, a divisão da Usiminas é atualmente considerada como a única saída para resolver as disputas entre Nippon Steel e Techint.

Segundo a fonte, a Nippon "não vê outra solução além da divisão da empresa. Não foi feita nenhuma negociação ainda, mas eles querem resolver isso o mais rápido possível".

Um aparente acerto entre os grupos, marcado pela eleição de um indicado da Techint para presidente do Conselho da Usiminas no fim de abril, acabou desfeito após o colegiado decidir na semana pela troca da presidência-executiva da companhia.

Para o lugar de Rômel Erwin de Souza, preferido da Nippon Steel, o Conselho da Usiminas, com apoio da Techint, decidiu promover o diretor comercial Sergio Leite.

Para reverter a decisão, que entregou o controle das decisões do dia a dia da Usiminas ao grupo Techint, a Nippon abriu um processo na 2ª Vara Empresarial de Minas Geral pedindo a anulação da eleição de Leite e a volta de Souza à presidência.

No argumento da Nippon Steel, a eleição de Leite foi ilegal porque ocorreu sem consenso dos acionistas, o que fere o acordo de acionistas da siderúrgica.

Procurados, representantes de Techint e Usiminas não comentaram o assunto.

Segundo a fonte, o grupo japonês não vai por em pauta do Conselho o retorno de Souza à presidência da Usiminas, preferindo esperar um posicionamento da Justiça sobre o processo.

Um acerto com bancos para suspensão por 120 dias de obrigações financeiras da Usiminas termina em meados de julho, e a troca no comando da empresa não deve prejudicar o acordo, afirmou a fonte, acrescentando, porém, que o grupo japonês considera que a nomeação de Leite traz ruídos ao processo.

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Stephen Eisenhammer)

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