Após atacar acordos comerciais, Trump discute com Câmara de Comércio dos EUA
Por Ginger Gibson
WASHINGTON (Reuters) - O provável candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, retrucou à Câmara de Comércio dos Estados Unidos nesta quarta-feira, dizendo que a maior associação comercial do país precisa "lutar mais" pelos trabalhadores norte-americanos depois de ter emitido uma crítica devastadora à sua plataforma econômica.
O grupo de lobby sediado em Washington, que representa as maiores empresas e interesses comerciais dos EUA, costuma ser um apoiador fiel das políticas republicanas. Mas a entidade rejeitou a oposição ferrenha de Trump a acordos comerciais internacionais, classificando suas propostas de ideias "perigosas" que levariam os EUA a outra recessão.
Trump reagiu nesta quarta-feira, afirmando que a organização precisa "lutar com mais empenho" pela classe trabalhadora. "Por que a Câmara de Comércio dos Estados Unidos ficaria aborrecida com o fato de que eu quero negociar acordos comerciais melhores e mais fortes ou que eu quero penalidades para os fraudadores?", indagou o empresário bilionário no Twitter.
Em discursos feitos na terça-feira, Trump pediu uma renegociação ou o descarte do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) com o Canadá e o México, que ele chamou de ladrão de empregos, e reiterou sua oposição à Parceria Transpacífico com 12 nações do Círculo do Pacífico. Ele também destacou as políticas comercial e monetária da China em suas críticas.
A Câmara tem apoiado regularmente os acordos comerciais internacionais.
A discórdia pública entre o magnata e a entidade empresarial foi incomum, e mais um lembrete de que Trump ainda tem dificuldade para unir seu partido. Os republicanos e muitos líderes empresariais tendem a compartilhar seus objetivos políticos e trabalhar em uníssono, e tradicionalmente muitos desses líderes são grandes doadores de candidatos republicanos.
Mas o combate aos acordos comerciais tem agradado eleitores de Trump que temem a perda de vagas na indústria manufatureira.
"Eis a questão central a ser entendida: a Casa Branca tem sido total e completamente condescendente com as práticas comerciais ilegais da China", disse Peter Navarro, conselheiro de política comercial de Trump e professor da Universidade da Califórnia em Irvine.